Turismo Titulo Piscinas naturais
Toca para Maragogi
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
29/03/2012 | 07:02
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Divulgação


Três séculos atrás, portugueses e holandeses disputaram o domínio do Litoral Norte alagoano, especialmente do Porto Calvo, utilizado para escoar a produção de cana-de-açúcar. Hoje, os 22 quilômetros de praias de águas cristalinas e a estratégica equidistância para as capitais Maceió (localizada a 125 quilômetros) e Recife (a 130) faz visitantes nacionais e estrangeiros brigarem por pacotes que incluam o passeio de catamarã pelas chamadas galés - formações de arrecifes localizadas a seis quilômetros da areia, na Área de Preservação Ambiental Costa dos Corais. Afinal, quem vislumbra o mar azul-turquesa de águas mornas e repletas de peixinhos coloridos encontra vários motivos naturais para se disputar o local a tapa, mas o que reina é o convívio harmônico.

Os peixes sargentinho, pelo menos, fazem questão de mostrar que a cordialidade é quem dita as regras nos mares de Maragogi. No passeio de barco é possível avistá-los aos milhares. Como cachorrinhos a festejar a chegada do dono, eles até comem nas mãos dos visitantes. Mas atenção à tábua das marés: a melhor época para mergulhar é na baixa, que ocorre três dias antes e três dias depois das luas cheia e nova de cada mês. A empresa de receptivo Aeroturismo - (0xx82) 2126-6060; www.aeroturismo.com.br - oferece passeios de um dia em Maragogi, com saída de Maceió e preços a partir de R$ 50 por pessoa.

Segundo maior polo turístico do Estado, a região também é pródiga em opções de roteiros de buggy ou jipe. Principais destinos: as belíssimas praias de Barra Grande, Burgalhau e Peroba, além das estradas de barro que atravessam sítios, engenhos, antigas casas de farinha e trechos de Mata Atlântica.

Do tempo das invasões holandesas ficou a tradição dos bolos de goma, espécie de sequilho feito com coco fresco e maisena, geralmente em formato de concha, que dissolve na boca e garante o sustento de muitas famílias do povoado de São Bento, situado cinco quilômetros ao Sul de Maragogi. Tão gostoso quanto mergulhar nas galés.

Dias de marajá em São Miguel

Se Alagoas é a terra dos marajás, como rotulou Fernando Collor de Mello durante a campanha eleitoral à Presidência da República em 1989, eles devem estar todos refugiados no Litoral Norte. É neste trecho que se concentram os melhores resorts e pousadas de charme do Estado.

A começar pelas cidades de São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. Com serviço personalizado, as pousadas pertencentes à Rota Ecológica empregam, em média, mais de um funcionário por apartamento e oferecem todo tipo de mimo ao visitante, como pratos das cozinhas internacional e regional, acesso a praias desertas e número restrito de bangalôs para que o hóspede seja acolhido com toda a atenção por parte dos próprios donos. Alguns quartos chegam a ter home theater com DVD, ofurô, banheira de hidromassagem, TV de plasma e até sauna com piscina privativa. Caso da Pousada do Toque, que ainda apresenta adega climatizada com marcas do mundo todo, videoteca e realiza passeios de jangada para ver o peixe-boi.

Já a pousada da Amendoeira destaca-se pelo perfil naturalista do cardápio. E a Estalagem Caiuia, em Japaratinga, faz qualquer um se sentir em casa com a sua enorme cozinha, nos moldes de casa da vovó, onde todos podem circular numa boa, mexer nas panelas ou sentar-se à mesa para fazer um lanche rápido enquanto bate papo sem pressa ao cair da tarde. Um charme só. Quem procura instalações menos intimistas, no entanto, deve se dirigir a Maragogi mesmo, que abriga resorts com ampla infraestrutura de lazer, a exemplo do Salinas.

PARIPUEIRA

Outros pontos mais próximo de Maceió também encantam quem percorre a costa Norte alagoana. A apenas 30 quilômetros da capital, Paripueira concentra a maior quantidade de piscinas naturais do Brasil e ainda abriga o centro de visitas do projeto Peixe-Boi.

Poucos quilômetros adiante, rumo ao Norte, chega-se a outro ponto encantador: Barra de Santo Antônio. Balsas fazem a travessia até a ilha da Crôa - que, apesar do nome, é uma península - e agências locais organizam excursões de jipe rumo às falésias da praia de Carro Quebrado, onde a areia dos paredões apresenta mais de 40 tonalidades diferentes de amarelo, vermelho e roxo.

Várias histórias tentam justificar o nome da praia. A mais aceita é a de que um carro quebrado tenha ficado por muito tempo encalhado em meio às falésias devido à subida da maré. O mais curioso, no entanto, é que, apesar de tão bela, a praia é praticamente deserta e pouco conhecida dos turistas, o que faz de Barra de Santo Antônio um local tão tranquilo quanto preservado. Joia rara que a expansão turística pela região ainda não teve tempo de cometer o despautério de lapidar.




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