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IPCA tem primeira deflação em 11 anos

Resultado é o mais baixo para o mês de junho
desde a implantação do Plano real, em 1994

Ganriel Russini
Especial para o Diário
08/07/2017 | 08:36
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Divulgação/Diário do Grande ABC


O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação no Brasil, deflacionou 0,23% em junho, a primeira vez em 11 anos. Em junho de 2006, a taxa foi negativa em 0,21%. O IPCA nunca foi tão baixo desde agosto de 1998, quando foi verificada deflação de 0,51%. Em junho de 2016, o índice havia acelerado 0,35%.

Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento mede a inflação para famílias que possuem rendimento entre um (atuais R$ 937) e 40 salários mínimos e que vivem em 13 regiões metropolitanas.

Em relação ao desempenho dos últimos 12 meses, junho, ao apresentar 3% ao ano, é o terceiro mês consecutivo em que o medidor ficou abaixo da meta estipulada pelo BC (Banco Central), de 4,5% ao ano. Com esse desempenho, a projeção é de que a inflação termine este ano dentro da meta, o que não ocorre desde 2009 – ano de forte crise financeira internacional, quando o índice encerrou em 4,35%.

Na avaliação do professor e economista da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras) George Sales, o resultado apenas aparenta ser positivo. “É o pior cenário que se pode imaginar. Os preços estão caindo porque ninguém está comprando.” Ele acredita que a instabilidade política já influenciou no indicador de junho. “Ninguém vai querer investir por aqui em meio a esse caos”, complementou.

O panorama, já complicado, foi abalado a partir da relação de um dos donos do frigorífico JBS, Joesley Batista. Em 17 de maio, vazou à imprensa denúncia de gravação do presidente Michel Temer (PMDB) dando aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), atualmente preso em Curitiba, no Paraná.

IMPACTO
As contas de energia elétrica, que em maio subiram 8,98%, fizeram movimento contrário em junho, apresentando queda de 5,52%. Isso se deveu à passagem da bandeira vermelha para a verde, que significa redução de R$ 3 a cada 100 quilowatts consumidos. Os combustíveis também verificaram queda de 2,84%, ao lado de transportes (-0,52%) e alimentos (-0,5%). 




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