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Servidores da ETC de Diadema decretam greve
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
30/05/2003 | 23:22
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Os 300 funcionários da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) pretendem entrar em greve à 0h da próxima segunda-feira. Os motoristas e cobradores reivindicam reajuste de 26%, relativo às perdas salariais desde 2001, além da volta dos benefícios que foram retirados no início do atual governo como forma de redução de despesas da empresa. Desde o início do mandato do prefeito José de Filippi Júnior (PT) os funcionários da ETCD não recebem reajuste.

No fim da tarde de sexta-feira, porém, a Prefeitura ganhou uma liminar preventiva no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que pode enfraquecer o movimento grevista. A decisão do juiz vice-presidente administrativo do TRT da 2ª Região de São Paulo, Antonio José Teixeira de Carvalho, exige a circulação mínima de 80% da frota nos horários de pico (das 5h às 8h e das 17h às 20h) e de 60% nos demais horários. Caso haja descumprimento da decisão, está prevista multa diária de R$ 100 mil.

A decisão ainda prevê que, no caso de ocorrer manifestações que possam constranger ou ameaçar direitos de terceiros, causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa ou bloqueio de trânsito, haverá multa de R$ 10 mil. As punições seriam aplicadas aos sindicatos dos Rodoviários, de Empregados em Escritório e de Empregados em Fiscalização.

A intenção inicial da comissão de garagem da ETCD era deixar os 54 ônibus da empresa parados para pressionar a diretoria da empresa a negociar o reajuste. Antes mesmo do início da greve, a pressão já dá seus primeiros resultados. A ETCD agendou uma reunião com o sindicato e com o vice-prefeito, Joel Fonseca (PT), para as 10h de segunda-feira. Uma audiência de conciliação no TRT também já foi marcada para as 15h do mesmo dia.

O coordenador da comissão de garagem, Luiz Antonio Mascarini, espera que, com o início da greve, as negociações caminhem de forma mais positiva. “Para surgir uma proposta, um dia de greve é o suficiente”, afirmou. Mascarini disse que a intenção é fazer uma paralisação pacífica. “Viemos mostrando que é uma comissão interessada na negociação e não no enfrentamento. A greve não é boa para ninguém, mas tem alguns funcionários que entendem que a diretoria da ETCD quer a greve”, disse.

Mascarini afirmou que os funcionários da ETCD aceitaram ser penalizados no início do governo para evitar demissões e recuperar a empresa, que apresentava um déficit mensal de R$ 770 mil. “Compreendendo a gravidade da situação, aceitamos ficar sem reajuste naquele ano, rebaixamos o valor dos tíquetes (alimentação) de R$ 7,50 para R$ 6,08 e abrimos mão do talão de tíquetes nas férias e de cinco dias de abono”, afirma a comissão em uma carta encaminhada aos vereadores.

No entanto, o coordenador da comissão de garagem afirmou que, com o equilíbrio das contas da empresa, chegou o momento de os funcionários recuperarem os benefícios perdidos. “Houve consideração dos trabalhadores e temos de ser reconhecidos”, disse.

No ano passado, a ETCD demitiu 29 funcionários e Mascarini afirmou que há novas ameaças de corte para este ano, e que a greve acontece também pela perda de confiança nas negociações. A diretora-presidente da ETCD, Denise Maria Ziober, não se pronunciou.




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