No fim da tarde de sexta-feira, porém, a Prefeitura ganhou uma liminar preventiva no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que pode enfraquecer o movimento grevista. A decisão do juiz vice-presidente administrativo do TRT da 2ª Região de São Paulo, Antonio José Teixeira de Carvalho, exige a circulação mínima de 80% da frota nos horários de pico (das 5h às 8h e das 17h às 20h) e de 60% nos demais horários. Caso haja descumprimento da decisão, está prevista multa diária de R$ 100 mil.
A decisão ainda prevê que, no caso de ocorrer manifestações que possam constranger ou ameaçar direitos de terceiros, causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa ou bloqueio de trânsito, haverá multa de R$ 10 mil. As punições seriam aplicadas aos sindicatos dos Rodoviários, de Empregados em Escritório e de Empregados em Fiscalização.
A intenção inicial da comissão de garagem da ETCD era deixar os 54 ônibus da empresa parados para pressionar a diretoria da empresa a negociar o reajuste. Antes mesmo do início da greve, a pressão já dá seus primeiros resultados. A ETCD agendou uma reunião com o sindicato e com o vice-prefeito, Joel Fonseca (PT), para as 10h de segunda-feira. Uma audiência de conciliação no TRT também já foi marcada para as 15h do mesmo dia.
O coordenador da comissão de garagem, Luiz Antonio Mascarini, espera que, com o início da greve, as negociações caminhem de forma mais positiva. “Para surgir uma proposta, um dia de greve é o suficiente”, afirmou. Mascarini disse que a intenção é fazer uma paralisação pacífica. “Viemos mostrando que é uma comissão interessada na negociação e não no enfrentamento. A greve não é boa para ninguém, mas tem alguns funcionários que entendem que a diretoria da ETCD quer a greve”, disse.
Mascarini afirmou que os funcionários da ETCD aceitaram ser penalizados no início do governo para evitar demissões e recuperar a empresa, que apresentava um déficit mensal de R$ 770 mil. “Compreendendo a gravidade da situação, aceitamos ficar sem reajuste naquele ano, rebaixamos o valor dos tíquetes (alimentação) de R$ 7,50 para R$ 6,08 e abrimos mão do talão de tíquetes nas férias e de cinco dias de abono”, afirma a comissão em uma carta encaminhada aos vereadores.
No entanto, o coordenador da comissão de garagem afirmou que, com o equilíbrio das contas da empresa, chegou o momento de os funcionários recuperarem os benefícios perdidos. “Houve consideração dos trabalhadores e temos de ser reconhecidos”, disse.
No ano passado, a ETCD demitiu 29 funcionários e Mascarini afirmou que há novas ameaças de corte para este ano, e que a greve acontece também pela perda de confiança nas negociações. A diretora-presidente da ETCD, Denise Maria Ziober, não se pronunciou.
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