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Estoques altos preocupam varejistas
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/12/2001 | 17:06
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O excesso de estoques é um problema que atinge os supermercados e outros segmentos do varejo no país, ao provocar nessas empresas perda de competitividade, preços mais elevados e falta de produtos devido à dificuldade no controle dos produtos armazenados. A avaliação é de especialistas e da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

O consultor Marco Antonio de Oliveira, da Kom International, afirma que esse é um problema que atinge principalmente as pequenas companhias do comércio, e que não é novo, mas foi agravado nos últimos anos com o acirramento da concorrência no segmento. Segundo ele, o excesso gira entre 20% e 30% e poderia ser reduzido por meio de algumas ferramentas.

Uma das armas que Oliveira sugere é a montagem de um centro de distribuição avançado (CDA) que centralizaria os estoques de várias lojas de uma mesma rede ou, por meio de uma associação, de unidades de diversos supermercadistas. “Pequenas redes podem ainda eleger uma unidade para ser o centro de distribuição.”

“Toda compra é levada para um centro de distribuição e volta para o varejo de acordo com sua necessidade. Mas para isso é preciso um sistema de gestão que define diariamente a reposição do produto à medida em que ele vai acabando.” Segundo Oliveira, o CDA libera o varejo de um recebimento muito grande na própria loja e, com isso, a empresa necessita investir menos em estoque. “A redução de custos (com o CDA) chega a 30%.”

Outra solução sugerida são as ferramentas de informática que integram as informações dos estoques do varejo com seus fornecedores. “O empresário não pode analisar sua empresa de forma isolada, é preciso analisar toda a cadeia (produtiva) e olhar de perto o abastecimento”, afirmou o superintendente da Associação ECR Brasil, Claudio Czapski.

A Associação ECR (Resposta Eficiente ao Consumidor, em inglês) Brasil é uma entidade sem fins lucrativos que reúne mais de 100 empresas do segmento e destina-se a oferecer soluções para melhorar a relação com os fornecedores. Segundo Czapski, a maioria dos supermercados é de pequenos estabelecimentos (45,8 mil), que respondem por 10% do faturamento do setor, e a maior parte não está informatizada; já as grandes redes com mais de dez caixas somam 1,8 mil lojas e movimentam 40% das vendas (R$ 36 bilhões).

Na região – O diretor da distrital ABC da Apas, Orlando Morando Júnior, afirmou que os pequenos supermercadistas sofrem desse problema de excesso de estoques e de dificuldades na gestão do que armazenam devido às margens de lucro apertadas. Para ele, os clubes de compras são uma alternativa que garante fluxo para entregas semanais dos fabricantes.

A Coop, de Santo André, é integrada à associação ECR e faz o gerenciamento do estoques com reposição eficiente. Há poucos meses, a cooperativa atualizou seu sistema e passou de uma reposição por caixa postal eletrônica para via Internet. “Ganhamos em agilidade na emissão dos pedidos, assim, não é preciso manter grandes estoques”, disse o gerente de compras, Valdomiro Sanches.




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