A vice-prefeita de Santo André e secretária municipal de Governo, Dinah Zekcer (PTB) deu ontem mostra velada da pressão interna para se manter ao lado do prefeito Aidan Ravin (PTB) na chapa governista. Demonstrando o interesse na união puro sangue, a petebista pretende deixar a titularidade da Pasta de Governo apenas em junho, medida necessária para disputar cargo no campo majoritário. "Devo sair com quatro meses de antecedência (à eleição de 7 de outubro)."

Dinah fez consulta junto à Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura para ter ciência do período para se desincompatibilizar do posto. Caso a costura fosse para abandonar a chapa para ser candidata a vereadora - ela atuou por 16 anos no Legislativo -, a vice precisaria deixar a secretaria seis meses antes do pleito, ou seja, dia 6 de abril.. "Já vi com o departamento jurídico. Tinha chance de quatro ou seis meses. (Vou com a chance de candidatar-me) para o majoritário."

A petebista, que ocupa também a presidência do partido local, assegurou que houve diálogo prévio com Aidan para analisar o melhor caminho relacionado à sua postura. Segundo ela, foi apresentado ao correligionário o documento do jurídico que relata todas as condições eleitorais para concorrer no pleito. "Perguntei se o prefeito queria que eu saísse com seis ou quatro meses, mas não resolvemos (a situação), porque ainda tem tempo (até dia 6)."

A demonstração do interesse em permanecer no cargo ocorre justamente com alteração significativa no cenário político andreense. Na semana passada, Aidan procurou o PSDB e fez convite oficial para contar com o tucanato local no arco de alianças. Na negociação entre os partidos, ficou colocada a possibilidade de abertura da chapa governista ao eventual aliado. Entre os nomes cogitados tucanos para a indicação do vice estão a secretária municipal de Educação, Cleide Bochixio, o vereador Marcos Cortez e o presidente do diretório tucano local, Ricardo Torres.

Ao adiantar a realização de encontro partidário ontem no diretório, Dinah enfatizou que a permanência na condição de vice é "uma coisa comum". "Interesse é natural, como sempre foi, sem nenhum problema." Em 2008, a dirigente do PTB foi uma das únicas que apostaram no nome de Aidan, então vereador de primeiro mandato. Prova disso é que a candidatura foi lançada sem nenhum aliado.

A vitória petebista, em larga escala, foi atribuída também a Dinah pelo recall eleitoral de quatro eleições consecutivas na Câmara com forte apelo na região central, área que Aidan tinha pouca penetração.