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Casarão da D.Pedro II é demolido
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
28/12/2001 | 19:05
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Apesar do embargo imposto quinta-feira pela Prefeitura de Santo André, a Demolidora Formosa, de São Paulo, pôs a baixo o casarão da esquina da avenida Dom Pedro II com rua das Monções, no bairro Jardim. Depois da demolição a obra foi lacrada e o proprietário do terreno multado em 1 mil Ufirs (cerca de R$ 1 mil). No local deve ser construída uma unidade da rede McDonald’s.

Avisado pelo Diário, quinta-feira à tarde, de que as portas, janelas e parte do telhado do casarão já haviam sido retirados, o secretário de Desenvolvimento Urbano de Santo André, Irineu Bagnariolli, tentou impedir a derrubada da casa com um embargo, que foi recebido pelo responsável pela obra. Às 18h30 de quinta-feira, um fiscal da Prefeitura passou pelo local e verificou que a obra estava parada.

Nesta sexta-feira, porém, as pessoas que passaram pelo local viram que o casarão se transformou em entulho. “A demolidora foi notificada às 15h30 de que a demolição estava embargada, só que à noite continuou com a obra. Os responsáveis serão multados e processados judicialmente por terem descumprido o embargo”, disse Bagnariolli.

Depois da demolição, a obra foi lacrada e o dono do terreno, Jaime da Silva Oliveira, multado. O arquiteto Miguel Barone Júnior, responsável pela demolição, disse que “não poderia parar a obra pois o embargo não é oficial”. “Fui contratado e quem deve me avisar de que devo parar é o dono do terreno. Existia um alvará de autorização da derrubada.”

O proprietário do terreno, Jaime Oliveira da Silva, não foi localizado. O celular de Jaime foi atendido por sua filha Rosa que disse que ele foi viajar e não poderia ser encontrado nesta sexta-feira.

Construído na década de 30 o casarão foi residência da família de José Martinelli, uma das mais tradicionais da cidade, e até o início do ano abrigou o Colégio Pentágono. O fato de não haver processo de tombamento histórico permitiu que a Prefeitura concedesse o alvará para demolição em setembro. Baseado no apelo da população, Bagnariolli embargou a obra para tentar que o McDonald’s instalasse sua unidade no casarão.

De acordo com o contrato do McDonald‘s com Jaime, o terreno deveria ser entregue vazio. Quinta-feira, porém, Bagnariolli conversou com Carlos Moanez, representante do Departamento de Relações Institucionais da rede, que prontificou-se a verificar a possibilidade de preservar o casarão, mas a casa foi derrubada antes de qualquer acordo.

A assessoria de imprensa do McDonald’s informou que a empresa soube muito tarde da situação e não tinha mais o que fazer para garantir a preservação do prédio.




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