A Volkswagen cogita, além do novo Polo, encaminhar a produção de outro modelo na planta de São Bernardo. Há possibilidade de anúncio hoje, na reunião de diretores da matriz da montadora com a comitiva de São Bernardo que foi para Wolfsburg, na Alemanha.

A fabricação de outro carro em São Bernardo faz parte do plano de investimento de R$ 7 bilhões que a multinacional prometeu para os próximos três anos.

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), que viajou para a Alemanha, acredita em mais novidades além do novo Polo. Tanto que colocará na mesa de reunião a proposta que levará ao governo de São Paulo, na próxima semana, de liberação de recursos de impostos retidos para a fábrica da montadora em São Bernardo.

A ideia do tucano é pedir o desbloqueio de crédito junto à Secretaria do Estado da Fazenda decorrente da diferença de alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das diferentes etapas de produção dos veículos.

“Por exemplo, a empresa compra peças cuja alíquota está em 18% do ICMS e vende o carro, completo, para o Exterior, com alíquota de ICMS na casa dos 12%. Esses seis pontos percentuais de diferença (entre o pago pela peça e o vendido no veículo) gera crédito junto ao governo do Estado. Esse recurso auxiliaria muito, não só a Volks, como várias empresas da cidade”, declarou Morando, assim que chegou em Wolfsburg. “Meu empenho será para autorização de uso desse aporte.”

Com essa liberação projetada pelo governo de São Bernardo, criariam-se condições de aumento da capacidade produtiva da planta na cidade para acolher a produção de mais um veículo, não só o novo Polo.

Na terça-feira, o Diário mostrou que a matriz da Volks na Alemanha decidiu que a fábrica de São Bernardo ficará responsável pelo novo Polo, concebido em uma plataforma global – ou seja, unidades fabricadas no município serão comercializadas pelo mundo sem alterações.

Atualmente a planta são-bernardense produz os modelos Saveiro e Gol – além do Jetta, que já vem pintado e é apenas montado. São, atualmente, 9.163 trabalhadores na multinacional, que sentiu os efeitos da crise econômica nacional. Em 2016, por exemplo, houve abertura de PDV (Programa de Demissão Voluntária), que contou com a adesão de 1.337 profissionais.