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Oficina gratuita ensina a imprimir gravuras
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
08/12/2001 | 16:31
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O Parque Duque de Caxias volta-se para as artes plásticas neste domingo, integrando seu espaço à 1ª Bienal de Gravura de Santo André. A partir das 13h, uma oficina ministrada por arte-educadores demonstrará como imprimir gravuras. O Jardim das Xilogravuras, realizado pela Galeria de Arte do Parque Escola de Santo André, é aberto ao público em geral e tem como objetivo “divulgar o fazer artístico”, segundo Paulo Nim, um dos responsáveis por esta atividade.

Se por um lado o público pode aprender a técnica na prática, por outro pode conhecer ainda quais são as tendências da gravura destacadas a partir da Bienal de Santo André, que mostra 600 obras distribuídas em 25 espaços do Grande ABC e de São Paulo. Entre as tendências mais citadas por profissionais de artes plásticas ouvidos pelo Diário estão o experimentalismo e o sincretismo (fusão de linguagens).

“Vi nas exposições da Bienal tendência para uma gravura de experimentação, elaborada com novos tipos de materiais, suportes e técnicas, além do desenvolvimento de novas temáticas. Percebi que muitos artistas estão em busca da elaboração de um trabalho mais contemporâneo”, disse Joaquim Franco, gravador português radicado em Macau, na China, e responsável pela mostra de gravuras macaenses que integra a Bienal.

A artista plástica Jeanne de Chantal Côté, curadora da mostra canadense de Quebec na Bienal, citou como tendência o sincretismo. “Vemos muito nas exposições o uso da gravura junto a outras linguagens, como a pintura e a instalação”, afirmou Jeanne.

O sincretismo também foi mencionado por Nancy Betts, curadora e professora de História da Arte do curso de Artes Plásticas da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), em São Paulo. Ela veio da capital a Santo André para conferir a Bienal de Gravura da cidade. “Essa fusão de linguagens vista na Bienal é encontrada em todo o campo da arte contemporânea. Não é nada novo, mas sim uma idéia em desenvolvimento já há algum tempo”, disse a curadora.

“Um tema bastante debatido nas mesas-redondas com artistas e especialistas em gravura que integram a Bienal é o uso das novas tecnologias em toda a produção artística contemporânea, e também na gravura. E a tendência que se apresenta nessa Bienal aponta para um caminho: o uso crescente da tecnologia e a permanência do apuro técnico da gravura tradicional”, disse Paula Caetano, artista plástica e organizadora do evento.

“O preciosismo técnico de uma gravura – onde se vê o trabalho manual do gravurista – e a tecnologia a serviço da arte se mostram unidos. Um não elimina o outro. Acho que o futuro da gravura é esse, essa união entre o tecnológico e o artesanal”, afirmou Paula.




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