Automóveis Titulo Impressões ao dirigir
Altivez no trânsito
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
28/03/2012 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Sábado de plantão. Estou há menos de 24 horas com a picape S10 cedida pela Chevrolet para teste do Diário. A chuva aperta. E aperta mesmo! Cai granizo, ruas alagam e, claro, muito lixo e lama pelas ruas.

Nesse momento - que geraria pânico se eu estivesse a bordo do meu carro, um hatch - percebo que, ao invés de temer a situação, é hora de aproveitar.

É isso aí, aproveitar para trabalhar e ver do que a picape média projetada e engenheirada pelo centro de desenvolvimento da GM do Brasil em São Caetano é capaz.

Enquanto outros motoristas reduziam drasticamente a velocidade, ou mesmo paravam para não passar pelas enxurradas provocadas pela água, eu desfilava tranquilamente - claro, com certo cuidado devido à falta de visibilidade.

Com 22,5 centímetros de altura livre do solo, o modelo (LTZ 4x2 cabine dupla, que não sai por menos de R$ 84,4 mil) tem pouco mais de 30 graus de ângulo de ataque - altura suficiente para não raspar o nariz no chão.

Nessa hora é perceptível a importância de ter um carro alto. Em contrapartida, isso eleva o centro de gravidade, tornando a rolagem maior em curvas, por exemplo. A suspensão do modelo também é mole, tornando até mesmo incômodos os chacoalhões quando se passa em buracos.

SEGURANÇA

Mas vale dizer que, ao contrário da sensação passada aos ocupantes, a segurança não é deixada de lado. De acordo com Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da GM do Brasil, ao contrário da geração anterior - datada de 1995 - a nova S10 foi projetada para oferecer muita segurança. Afinal, hoje em dia 53% dos compradores têm a picape como o carro da família. "Para garantir mais segurança a bordo, o modelo traz freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem e CBC (Cornering Brake Control, ou controle de frenagem em curvas) na lista de série. A versão LTZ tem controles de estabilidade e de tração, além do ROP, que previne capotamento."

Voltando a falar da condução no dia a dia, as dimensões da picape média equiparam-se às das demais concorrentes (como Toyota Hilux e Nissan Frontier), com 5,35 metros de comprimento e largura de quase dois metros - o problema é que nem todo mundo consegue ter o traquejo para conduzir um veículo deste porte pelas (cada vez mais apertadas) faixas de rolamento das grandes avenidas - dar passagem para os motoqueiros é tarefa quase impossível.

Ponto para o espaço entre os eixos de 3,10 metros, que resultou em boa dose de conforto para os cinco ocupantes. Atrás, é possível até cruzar as pernas sem pôr a sola do sapato no banco da frente.

A força do motor 2.4 FlexPower da S10 não deixa a desejar frente às rivais. O modelo desenvolve até 24,1 mkgf de torque a 2.800 rpm com etanol no tanque e até 167 cv.

Mas há controvérsias. Claro que a mistura de subidas íngremes e ar-condicionado (digital na versão avaliada) ligado resulta em sofrimento. É bom reduzir a marcha - o câmbio é manual de cinco velocidades - para a picape não morrer. Caso isso ocorra, é bom não se esquecer de pisar na embreagem para acionar o motor novamente.

Modelo tem 12 configurações

Para conquistar os mais variados tipos de clientes, a S10 traz 12 configurações no portfólio, que abrangem diferentes possibilidades de tração e combustível e opções de cabine simples ou dupla, já que a estendida não é vendida no Brasil.

Mas, além dessas características, o trunfo da picape média está na lista de equipamentos, separados pelas nomenclaturas LS, LT e LTZ.

A versão LTZ com cabine dupla cedida para teste (4x2 2.4 Flexpower) traz de série ar-condicionado digital, direção hidráulica, banco do motorista com regulagem elétrica, freios ABS, computador de bordo, air bag duplo, chave do tipo canivete, ajuste do volante, faróis de neblina, retrovisores com luzes indicadoras de direção, CD player com MP3, bluetooth, entrada mini-usb e auxiliar, além de controlador de velocidade (comando no volante) e vidros elétricos.

Na lista ainda estão regulagem elétrica dos faróis e bancos revestidos em couro. No dia a dia, senti falta do sensor de estacionamento, pois não é fácil manobrar um veículo com essas dimensões (veja ficha técnica acima).

Na estética - que, diga-se, desperta o interesse dos curiosos - o destaque vai para itens como lanternas traseiras em LED, maçanetas e para-choque traseiro com acabamento cromado, estribos laterais e rack de teto. Para dar o toque final, as rodas são de liga leve com 17 polegadas (calçadas por pneus 255/65 R17).




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