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Pais com filhos gastam mais no shopping
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
07/10/2010 | 07:10
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Cada saída com as crianças ao shopping é motivo de preocupação para muitos pais que não conseguem controlar o impulso por consumo dos pequenos. Pesquisa da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) com 1.295 pessoas, todas acompanhadas dos filhos, aponta que 44% gastam mais do que o planejado.

A pesquisa comprovou algo que os pais sabem há muito tempo: as crianças influenciam fortemente os hábitos de consumo das famílias dentro dos centros de compras. O ferramenteiro Alexandre Troiano, 39 anos, que o diga. "Sempre venho ao shopping com meus filhos. Antes de sair de casa conversamos o quanto podemos gastar, mas a situação costuma fugir do controle."

Segundo o presidente da Associação dos Lojistas do Shopping ABC, Osvaldir Bertho Bono, uma estratégia dos adultos quando estão com as crianças é comprar um brinquedinho cala-boca, que custe no máximo R$ 15. O comerciante diz que o centro de compras também investe em atividades gratuitas para atrair as famílias. "Criança no shopping traz bom resultado para os lojistas. Qual filho nunca se jogou no chão para conseguir um agrado. Muitos pais cedem", brinca Bono.

A tática do brinquedo barato é constantemente utilizada por Troiano, que nas saídas semanais chegam a gastar 50% a mais dos R$ 100 que planejou. Outra opção para não gastar tanto e ter mais liberdade para bater perna pelos corredores com a esposa é deixar as crianças no parquinho.

Oitenta e sete por cento dos casais costumam ir ao shopping para passear com as crianças, mostra a pesquisa. Fatia de 80% deles levam os filhos para refeições e 57% fazem compras. Muitos acham o complexo uma das melhores opções de lazer para a família.

ESTRATÉGIA
Outros 26% dos entrevistados entre São Paulo e Rio de Janeiro evitam levar as crianças quando planejam fazer compras maiores. Esta é a estratégia da dona de casa Heloise Lira, que leva os três filhos ao centro de compras apenas em ocasiões especiais. Ontem, comemoravam o aniversário da caçula, por exemplo. "Assim é mais fácil controlar o impulso da turminha. Eles sempre querem presentes, lanches e brincar no parque de diversão." A meta é a gastar no máximo R$ 100.

Maioria dos paulistanos não planeja compra

Cinquenta e oito por cento dos casais que frequentam os centros de compras com os filhos não planejam os gastos. Pesquisa da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) identificou que dos 42% que planejaram as compras, 96% gastaram o previsto e 36% excederam o planejado.

Antes de ir às compras com a filha Maria Luiza, 5 anos, o atleta profissional Dirceu Xavier, 32, afirma que negocia com a pequena para não ter o risco de extrapolar o orçamento. "Enquanto compro o presente da minha esposa ela ficará no parquinho, além de tomar lanche. Não passamos disso. Tento educa-la financeiramente para ter controle das contas quando crescer."

Quanto mais crianças no shopping melhor para o diretor comercial da rede Toy Park, Mauro Meinerz. O executivo diz que 8.500 clientes estão cadastrados na região e seus filhos são bem assíduos no parquinho. "Enquanto os pais vão às compras com calma ou ao cinema para curtir um tempo sozinho, as crianças se divertem com segurança. Elas exigem ficar no espaço"

Prova disso é que a rede com 13 unidades pretende dobrar de tamanho até o fim do ano que vem. (Alexandre Melo)




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