Turismo Titulo
Na terra das mil e uma histórias
Luiz Carlos Fernandes
Do Diário do Grande ABC
11/09/2008 | 08:13
Compartilhar notícia


Quem já ouviu falar de Constantinopla, levante a mão. Se você fez o colégio, com certeza já estudou essa cidade histórica, que antes se chamou Bizâncio e atualmente é a belíssima, vital, caótica, multiforme Istambul.

A viagem à Turquia pode começar por lá, mas nem precisa encher a mala com barras de cereais temendo o cardápio turco. A cozinha é uma das melhores do mundo, fazendo inveja a franceses e chineses, não faltando no menu vinhos tintos e brancos de primeira qualidade e a típica bebida nacional, raki, espécie de aguardente de anis. De sobremesa, deliciosos doces de damasco.

Para finalizar as refeições com excelência imperial, é necessário beber o mundialmente famoso Kahve, ou café turco, que é ótimo, apesar do pó misturado que fica no fundo da xícara.

Ler a sorte na borra do café é um costume turco. Depois de tomar, vira-se a xícara no pires, espera-se por alguns minutos até o pó descer, faz-se um pedido e pronto:é só desvirar e ler no desenho que o pó deixou. Dá para acreditar que isso funciona? "A mulher pronta para casar é aquela que faz o café com espuma", garantem os entendidos.

Além do paladar, deve-se aguçar os ouvidos, o olfato e principalmente a visão. Cada momento é tão surpreendente que fica difícil registrar tanta informação, olhar as mesquitas com seus minaretes apontados para o céu; os palácios com seus enormes jardins; as catedrais com suas grandes cúpulas e edifícios suntuosos; os jardins arborizados com seus obeliscos.

Tudo é magnífico. Sentir o cheiro dos perfumes e dos temperos no Grande Bazar é inesquecível. Ouvir a música ou acordar às 5h com a leitura do Corão, que é a chamada para a oração vinda dos amplificadores das mesquitas - ocorrem cinco convocações ao dia - são coisas às quais não estamos acostumados. Enquanto alguns temem outros sentem conforto.

Istambul é a grande sensação do momento. Recebe turistas de todas as partes do mundo, transformando-se mais ainda em uma cidade de contrastes, onde na mesma calçada vemos uma mulher de burca e outra de minissaia. As mulheres de Istambul não fazem uso das vestimentas muçulmanas: as que encontramos são do interior ou de países vizinhos.

Existe na cidade uma preocupação em conservar os monumentos históricos. Há muitas obras de restauração em vários pontos da cidade.

O turco é hospitaleiro, gentil, falante, simpático e espirituoso, muito parecido com o brasileiro, mas não estranhe se encontrar pelas ruas dois homens de mãos dadas. Isso não significa homossexualismo, é apenas uma manifestação de amizade.

Jovens com cabelos arrepiados, vestidos de preto, e outros com visuais menos chamativos, caminham em uma rua movimentada, repleta de carrinhos de milho-verde assado, churrasco grego e mulheres tecendo belos tapetes, estampados nas vitrinas das lojas, parecendo não notar o bonde que circula no meio da avenida dessa grande metrópole.

Se você acha o trânsito do Grande ABC caótico, ainda não viu nada. Em Istambul, aperte o cinto - aliás, acessório que parece não existir para eles. Freadas rápidas, conversões proibidas e muitas discussões são comuns. Prepare-se para uma aventura, como passar um longo tempo engarrafado na Ponte de Bósforo.

A propósito, o Bósforo é um estreito que divide em duas partes a cidade de Istambul, conectando o Mar de Mármara com o Mar Negro e separa fisicamente a Europa da Ásia.

Há duas pontes sobre esse estreito: a do Bósforo, de 1.074 metros de comprimento, e a Fatih Sultão Mehmet, que possui 1.014 metros. Ambas ligam Istambul às cidades asiáticas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;