Os carteiros franceses começaram, nesta terça-feira, uma semana de greves no setor público, a fim de protestar contra as reformas liberais do governo. Cerca de 300 mil empregados foram convocados por seus sindicatos para denunciar o processo de liberalização do correio, um serviço do qual os franceses fazem uso freqüentemente.

Segundo representantes do principal sindicato do setor, a taxa de grevistas ao meio dia (horário GMT) era de "aproximadamente 20%" e "entre 40% e 50%" em centros financeiros. Este movimento, o primeiro de importância em mais de um ano, conta com o apoio da opinião pública e servirá para medir a capacidade de mobilização dos sindicatos. Outros diversos setores devem aderir à greve nesta quarta-feira.

Segundo o jornal ‘Le Monde’, este movimento de contestação na França se caracteriza pelo "medo do futuro", o que "inquieta" o governo, que pretende se dedicar à campanha pelo referendo da Constituição européia. Por sua vez, o presidente do Medef (a organização do patronato francês), Ernest-Antoine Seillière, disse que é "inaceitável" que os serviços públicos parem por três dias. Se o objetivo é assegurar o crescimento, as empresas "não devem ser impedidas de funcionar", acrescentou.