Política Titulo Editorial
É preciso moralizar
Do Diário do Grande ABC
04/06/2017 | 10:44
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Divulgação


A bomba jogada no coração do poder pelos donos e por executivos da JBS, há pouco mais de duas semanas, espalhou estilhaços em praticamente todo o País ao revelar doações de campanha a quase 2.000 políticos, inclusive do Grande ABC. Estes terão de provar que a origem dos recursos é lícita, mesmo que sejam quantias pequenas. Há muito tempo se fala que é preciso passar o Brasil a limpo, o que na prática significa extirpar corruptos de todas as esferas no serviço público e, junto com eles, afundar no lodo corruptores de todas as estirpes.

O fato de o nome aparecer no que ficou conhecida como ‘lista da JBS’ ou nas delações da Odebrecht – em abril –, por si só, não é motivo para condenar alguém nem para tomar medidas extremadas, sob pena de prejudicar a população. A decisão do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), de pedir à área jurídica caminhos para romper unilateralmente contratos com a Odebrecht Ambiental, hoje BRK Ambiental, mostra disposição em moralizar a relação do público com o privado.

A iniciativa tem por base denúncias de executivos da empresa, que opera o serviço de esgoto em Mauá, à Operação Lava Jato, nas quais revelam ter feito doações ao ex-prefeito Donisete Braga (PT) na eleição de 2012. Segundo informaram à Justiça, o ‘toma lá, dá cá’ envolveria a manutenção de acordos já em curso e benefícios na PPP (Parceria Público-Privada) que privatizaria o serviço de distribuição de água na cidade. Até agora são apenas denúncias, que terão de ser provadas.

De todo modo, não tira a legitimadade da iniciativa do atual ocupante do Paço. Mas que a decisão que planeja não venha do desejo de vingança contra adversário que atua em outro campo político. A prática adotada pela empresa em passado recente deve ser condenada, e o governo Atila deve estar atento para que a erva daninha da corrupção não viceje nos meandros do poder. Assim como precisa ter o cuidado de não meter os pés pelas mãos e penalizar a população, caso venha mesmo a romper o atual contrato para operação do serviço de esgoto. 




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