O grupo automotivo alemão Volkswagen suprimirá milhares de empregos na Alemanha, especialmente em sua fábrica principal e histórica de Wolfsburgo (norte do país), anunciou a empresa nesta segunda-feira, sem divulgar números exatos — rompendo assim uma tradição de defesa do emprego na companhia.

"Devido a uma queda nas vendas, o grupo Volkswagen tem atualmente uma capacidade maior que a necessária e, em conseqüência, vai intensificar os esforços para reduzir a massa salarial", explicou a companhia, que emprega atualmente 103 mil pessoas na Alemanha. A Volkswagen não falou em números, mas explicou que possui um "excedente de mão-de-obra de milhares de assalariados em suas fábricas alemãs de produção, especialmente em Wolfsburgo" (norte).

Segundo a revista Der Spiegel, que afirma citar um plano interno, a VW pretende suprimir mais de 10 mil empregos na Alemanha durante os próximos anos.

O grupo alemão se compromete a não impor demissões, conforme o acordo salarial assinado no ano passado que protege os trabalhadores alemães até 2012. A empresa recorrerá, principalmente, a demissões voluntárias e, sobretudo, a aposentadorias antecipadas. O plano de aposentadorias antecipadas refere-se, principalmente, aos assalariados nascidos em 1951, com uma possível extensão aos trabalhadores nascidos em 1952. Estas medidas envolverão tanto os executivos como os funcionários da produção.

"Sob a pressão dos concorrentes em todo o mundo, precisamos reduzir custos em massa em todas as áreas. Isto é válido igualmente para a massa salarial", explicou nesta segunda-feira o presidente da VW, Bernd Pischetsrieder, aos funcionários da empresa em Wolfsburgo. Com estes cortes, a VW pretende encerrar um difícil processo de adaptação às condições globais.

Afetado por um estoque envelhecido de veículos, vítima de uma concorrência feroz nos Estados Unidos e na China, o grupo alemão perdeu fatias do mercado e registrou queda nos lucros durante vários anos.