O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), por exemplo, viu sua classificaçao financeira segundo a S&P passar de ``estável' a ``negativa' em agosto, devido à ``deterioraçao contínua do seu programa de empréstimos' desde 1998.
O relatório analisa 11 instituiçoes multilaterais, os principais prestamistas no circuito de crédito internacional. A S&P mantém em linhas gerais a nota ``AAA' (classificaçao máxima) para essas entidades, com exceçao do BAD (AA+) e da Corporaçao Andina de Fomento (A). Tradicionalmente, essas instituiçoes gozam de notas financeiras de prestígio, devido ao apoio de grandes potências econômicas, ao seu papel central no crédito internacional e a uma gestao basicamente prudente, lembra a S&P.
``Os prestamistas supranacionais (como FMI, Bird e BID) nao foram afetados pelos acordos de reestruturaçao, mesmo quando os Estados soberanos falhavam em seus compromissos com outros prestamistas (tanto comerciais quanto bilaterais)', lembra a S&P. Em outras palavras, os bancos multilaterais nunca sofreram de forma excessiva com a falta de pagamento dos Estados em dificuldades. ``Esta distinçao mudou recentemente, quando os membros (desses bancos) adotaram a HIPC', acrescenta o relatório.
Criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1996, para combater a pobreza, a HIPC em princípio deveria representar um gasto de US$ 13,3 bilhoes em perdao da dívida. Depois da chamada do G-7 em 1999 e da pressao da opiniao pública, o FMI passou a ampliar sucessivamente a iniciativa, que poderia custar agora mais do que o dobro, US$ 28,2 bilhoes, dos quais a metade deverá custear os prestamistas multilaterais, assinala a S&P.
Até o momento, 10 países foram socorridos pela HIPC ampliada, mas até o fim do ano o total poderá chegar a 20, como deseja o próprio FMI.
O estudo assinala que, em linhas gerais, todas as instituiçoes multilaterais poderao arcar com essa reduçao da dívida, mas existem alguns aspectos menos brilhantes. ``Uma quinta parte do programa de empréstimos da Corporaçao Andina de Fomento (CAF) está dedicada a entidades equatorianas públicas e privadas', por exemplo, explica a S&P. No entanto, o Equador declarou uma moratória da sua dívida pública em 1999, situaçao que continua vigente.
O estudo expressa sua confiança em que ``a reduçao da dívida da Bolívia (que participa da HIPC) será assumida pela CAF, seja através de fundos suplementares, redistribuiçao de benefícios ou outros caminhos que preservem o capital de base'.
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