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Perry Farrell fala do retorno ao Brasil
21/09/2009 | 07:04
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Divulgação


Algumas bandas morriam e a gente torcia para que não houvesse essa coisa de vida após a morte. Outras bandas morriam e a gente ficava rezando pelo dia em que mortos e vivos confraternizariam em festa. Este último era o caso do Jane's Addiction, grupo americano de hard rock que deixou o reino dos vivos em 1991, quando Boris Yeltsin era eleito presidente da Rússia, Mike Tyson era acusado de violentar a Miss América Negra e Magic Johnson e Freddie Mercury anunciavam que estavam infectados com HIV.

Mas eis que, 18 anos depois, o Jane's Addiction revive com a formação clássica - Perry Farrell nos vocais, Dave Navarro na guitarra, Stephen Perkins na bateria e o perdido Eric Avery no baixo. E, pela primeira vez, a banda chega ao Brasil - toca no dia 7 de novembro no Maquinaria, jornada que promete razoável barulho na Chácara do Jockey.

"Sei que a América do Sul é um lugar que sempre amou a nossa música. O mais próximo que estivemos de vocês foi na Cidade do México. O que espero é chegar aí e dar aos nossos fãs uma apresentação ao vivo memorável, cheia de energia, algo pelo qual esperam há anos", prometeu Perry Farrell, em entrevista por telefone.

Perry Farrell, que se tornou, após o Jane's Addiction, o fundador de um dos maiores festivais de rock dos Estados Unidos, o Lollapalooza (atualmente sediado em Chicago), militou em outra banda célebre, o Porno for Pyros.

O retorno da sua cultuada banda foi sacramentado justamente no palco de Lollapalooza, há um mês, com a participação de um convidado ilustre, Joe Perry, do Aerosmith. "Adoraria um dia levar o Lollapalooza para o Brasil. Já sonhei com isso muito, e sempre estive à espera de uma oferta de empresários daí. A América do Sul bate forte no meu coração. Sei que seria fantástico, é um festival que eu criei para satisfazer o meu coração. Nunca fiz pelo dinheiro", afirmou.

Jane's Addiction foi a banda que trouxe o punk rock metálico para o mainstream, escancarou as portas do futuro para o grunge e trouxe novos relatos de excessos para a estrada de bizarrices do rock. Uma de suas canções, Jane Says, é considerada uma espécie de Stairway to Heaven do rock moderno.

Há três anos, um escritor americano, Brendan Muller, publicou biografia do Jane's, Whores - An Oral Biography of Perry Farrell and Jane's Addiction, na qual relatava espancamentos mútuos entre Farrell e os colegas Navarro e Avery, queima monumental de dinheiro e vício coletivo em heroína.

"O cara veio para uma entrevista que seria publicada na revista Spin. Não disse a mim nem a ninguém mais que escrevia um livro. Fui tolo, eu devia ter suspeitado quando vi que aquela era a mais longa entrevista que já tinha dado na vida. O cara não era gente boa. Não pôs no livro nem uma passagem edificante, não ouviu ninguém sobre as coisas boas que fizemos. Mas eu não o processei. O que vou fazer se alguém resolve escrever um livro sobre você? Não se pode impedir. O problema é que é um amontoado de mentiras terríveis. Fiquei muito chateado. O cara usou meu nome para ganhar dinheiro, essa é a pior parte. Se quisesse fazer um bom livro, nos teria dito, e a gente poderia ter trabalhado juntos", desabafou Farrell.

Sobre o retorno, o vocalista do Jane's Addiction diz que um único combustível motiva o grupo: "Alguns grupos neste mundo fazem tudo para entregar ao público a mais apaixonada e visceral performance no palco. O Jane's Addiction pertence a essa categoria."




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