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Qorei quer apoio da CIJ contra construção do 'muro' na Cisjordânia
Da AFP
08/02/2004 | 17:19
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O primeiro-ministro palestino, Ahmad Qorei, pedirá à União Européia (UE) seu apoio junto à Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia, para um pedido de pronunciamento contra o muro de segurança que Israel começou a contruir na Cisjordânia.

Qorei viajará nesta segunda-feira à Irlanda e à Itália, de onde voltará à Cisjordânia para partir novamente rumo a Bruxelas, Londres, Parise e Berlim, comunicou no domingo seu gabinete.

Na Irlanda, que preside atualmente a União Européia (UE), o dirigente palestino vai discutir com o primeiro-ministro Bertie Ahern "a questão do muro e a posição da UE quanto ao papel da CIJ", declarou Hassan Abu Libdeh, chefe do gabinete de Qorei.

Apesar da UE ser contra a construção da barreira de separação na Cisjordânia, irritou os palestinos ao considerar, assim como os Estados Unidos e a Rússia, que o recurso à CIJ não é apropriado, assim como afirma Israel.

"A viagem de Qorei faz parte de uma campanha que se intensificará para contrabalançar a que Israel realiza na Europa", explicou uma autoridade palestina que pediu anonimato. O primeiro-ministro palestino vai acompanhado pelo chefe da diplomacia, Nabil Chaath, e pelo ministro da Economia, Salam Fayad. Este último tentará obter um aumento da ajuda financeira européia à Autoridade Palestina.

Concebida em princípio para impedir a entrada de camicases palestinos, esta barreira está entrando muito na Cisjordânia para englobar algumas colônias israelenses, o que leva os palestinos a acusar Israel de tentar anexar parte do seu território.

Segundo o traçado atual, dezenas de cidades palestinas e as proximidades de Jerusalém ficarão cercadas por esta linha, que isolará 350 mil palestinos.

Em uma resolução votada no dia 8 de dezembro, a Assembléia Geral da ONU pediu à Corte que defina "quais são as conseqüências legais da construção do muro que Israel, potência invasora, está erguendo em território palestino". A primeira audiência para resolver o caso está marcada para o próximo dia 23, mas as resoluções não estão vinculadas a ela.

Entretanto, segundo o jornal israelense Haaretzo, o traçado pode ser modificado para o oeste, aproximando-se mais da linha verde, que separa o território de Israel da Cisjordânia ocupada em 1967.

Segundo esta publicação, Dov Weisglass, chefe do gabinete do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon, considerou que o traçado definitivo envolverá 600 km, ou seja, 100 km a menos do que o aprovado pelo governo, um novo projeto que apresentará a três autoridades americanas que chegarão a Jerusalém esta semana.

Mas o ministro das Comunidades Locais palestino, Khamal Chubaki, advertiu que os palestinos não estão de acordo com esta mudança porque o muro continuaria entrando na Cisjordânia.

"Israel é livre para construir um muro em seu território, ao longo da linha verde, mas não na Cisjordânia. A atual obra tem que ser destruída pois é um obstáculo à paz", disse.




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