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PT trabalha para atrair pemedebistas em 2006
04/01/2004 | 21:05
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  Às vésperas da entrada do PMDB no ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT aposta no novo parceiro como aliado estratégico para as próximas eleições e espera firmar coligações em pelo menos 1,5 mil municípios. A parceria eleitoral deverá consolidar a adesão da base pemedebista ao governo, mas os petistas, já de olho em 2006, esperam muito mais. “A aliança com o PMDB deve transcender a base governamental”, diz o secretário de Organização e Comunicação do PT, Sílvio Pereira.

“O núcleo de poder no Brasil não foi finalizado”, justifica o petista. “E queremos trazer o PMDB para consolidar e fortalecer o grupo de forças de esquerda e centro.”

Aos olhos do PT, o 'primeiro turno' das eleições presidenciais em 2006 será disputado em 2004. Daí o esforço para atrair o PMDB e demais siglas aliadas. A aliança com os pemedebistas sempre foi defendida pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, o principal articulador político do governo.

O PT já mapeou suas possíveis alianças em todas as capitais e quer evitar embate com partidos que já apóiam o governo. A ordem é formar coligações ou, na pior das hipóteses, preparar pontes para a troca de apoio no segundo turno.

No caso do PMDB, os petistas tentam negociar com a legenda uma espécie de protocolo para orientar e normatizar a construção das coligações em todos os municípios. “As realidades locais serão respeitadas, claro, mas, se tudo der certo, o protocolo será lançado em meados de março, talvez abril”, conta Pereira. “Isso pode ajudar a evitar enfrentamento onde não tivermos acordo.”

O casamento eleitoral dos dois partidos, deixa claro o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), vai depender do ajuste da legenda no Ministério. “A inserção do partido no governo – que depende do presidente, nós não pedimos nada – pode ajudar na formatação das alianças”, afirma. “Mas quando o presidente falou no convite, há alguns meses, deixou claro que não haveria obrigação em relação a 2004.”

A prioridade do PMDB, diz ele, é lançar candidato próprio na maioria das cidades. Até na capital paulistana, onde PT e PMDB têm mantido boas relações, Temer ainda não desistiu da chapa própria. O candidato seria o ex-governador Orestes Quércia ou o próprio Temer.

O PMDB é o partido que mais governa cidades no país, 1.226 no total. “Nossa meta é pelo menos manter esse número”, revela Temer. Em 2000, PT e PMDB se coligaram em cerca de 800 cidades, com a maioria das cabeças de chapa na mão de pemedebistas. Agora, o PT quer chegar a 1,5 mil cidades, mas equilibrar mais a divisão de poder.




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