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'É evidente que se trata de guerra política', diz Beto Torrado
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
14/02/2009 | 07:00
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A ação impetrada no Ministério Público contra o articulador do governo Aidan Ravin (PTB) na Câmara, Beto Torrado, é apenas o começo de uma guerra política que vem sendo travada nos bastidores de Santo André desde a derrota do PT na cidade, após 12 anos consecutivos no poder, em outubro do ano passado.

"Esperava, assim como diversos outros secretários estão esperando, que a oposição iria revirar o nosso passado para tentar criar uma situação. É evidente que se trata de guerra política que estamos vivendo. Ninguém imaginaria ser diferente", admitiu Beto.

O chamado homem-forte de Aidan no Legislativo é alvo do vereador e presidente do PT, Tiago Nogueira, segundo o qual Beto teria tido problemas administrativos no passado que o impediriam de exercer o atual cargo - além de articulador do governo na Casa, é chefe-adjunto de Gabinete.

Na representação enviada à Justiça, o petista faz referência a uma possível participação de Beto na Máfia dos Fiscais, esquema que seria liderado, de 1993 a 1999, por vereadores e funcionários públicos das administrações regionais (atuais subprefeituras) que supostamente cobravam propinas de vendedores ambulantes.

Beto, que foi administrador regional de Santana-Tucuruvi da Prefeitura de São Paulo nas gestões Paulo Maluf e Celso Pitta, confirma ter sido condenado à época. Mas rechaça participação no esquema.

"Perdi meus direitos políticos por três anos em função de algo que chega a ser medíocre, um problema decorrente do fechamento de uma rua (comerciantes se sentiram prejudicados e entraram com processo). Cumpri tudo de forma muito limpa. Agora, querem jogar meu nome na lama."

O articulador político de Aidan promete protocolar documentos no Ministério Público que acabariam com qualquer dúvida ou mal-entendido a respeito do assunto. Uma das defesas de Beto é um ofício do Tribunal de Justiça, encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral em 6 de janeiro pelo juiz Kenichi Koyama, da 9ª Vara de Fazenda Pública. No documento, é solicitado que se tomem as "providências necessárias ao imediato desbloqueio do título de eleitor" de Beto, o qual comprovaria que os direitos políticos dele estariam restabelecidos e, assim, poderia assumir qualquer cargo público.

ACUSAÇÃO - Tiago reuniu diversos documentos contra Beto para entrar com ação no Ministério Público. Entre os quais, um acordo firmado entre o homem-forte de Aidan e a Procuradoria Geral da Prefeitura de São Paulo para o ressarcimento por uso indevido de linhas telefônicas, que resultou em danos ao erário municipal.

Segundo petista, Beto não cumpriu dois acordos - o primeiro, de o pagamento ser efetuado em sete parcelas de R$ 134,68; e, o segundo, em três parcelas de R$ 577,63 - que culminaram no bloqueio de dois veículos do acusado em 5 de junho do ano passado.

"O homem forte do governo Aidan fez dois acordos com a Procuradoria da Capital e não cumpriu. Por que cumprirá a palavra empenhada com os vereadores ou mesmo com a cidade?", questiona Tiago.




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