A fusao das administradoras de recursos dos bancos Icatu e BBA Creditanstalt é indício de uma tendência de concentraçao entre os bancos atacadistas - sem rede de agências - que pode se estender, a médio prazo, às redes de varejo. "A comissao média por este tipo de serviço prestado a terceiros caiu, nos últimos três anos, de 3% para 1% sobre o valor dos ativos administrados", diz Luís Miguel Santacreu, da Consultoria Austin Assis.

Fusoes e incorporaçoes serao uma conseqüência natural de o mercado compensar com aumento do volume de negócios a queda das tarifas. O presidente da Fundaçao IBM, Geraldo Garcia, um dos clientes da nova empresa, soltou uma nota tranqüilizadora para o Conselho de Curadores do fundo. No documento, ele explica que a associaçao BBA-Icatu reflete a tendência atual de gestao de investimentos no país.

"Os baixos volumes do mercado e taxas de administraçao declinantes vao forçar associaçoes e aquisiçoes, reduzindo o número de entidades de asset management no Brasil", diz Garcia. "Tenho certeza de que vao acontecer novas fusoes", afirma. A Fundaçao IBM, que movimenta, no mundo todo, recursos em torno de US$ 100 bilhoes, tinha, em dezembro do ano passado, US$ 550 milhoes no mercado brasileiro, administrado por cinco instituiçoes diferentes, entre elas o Icatu. "O que nos interessa é organizaçao", diz ele. "Vamos passar um período de três meses examinando os resultados para fazer as recomendaçoes."

A uniao Icatu-BBA no ramo de asset manegement (administraçao de recursos de terceiros), anunciada quinta-feira como a maior do gênero no país, envolve ativos de R$ 5,1 bilhoes. Carlos Garcia, um dos diretores da nova empresa BBA-Capital Icatu Investimentos, comenta que a associaçao mostra o rumo que o mercado - responsável, no país, pela movimentaçao de R$ 210 bilhoes em fundos mútuos - irá tomar. "Daqui para a frente as empresas continuarao a se juntar, como acontece nos mercados internacionais."