"Os sistemas de propulsao de satélites servem para fazer pequenas correçoes de órbita, orientaçao e atitude do satélite", explica Rodrigues. Mais ou menos como uma série de bexigas de ar que se esvaziam de forma controlada e impulsionam pequenos movimentos do satélite. O gás utilizado é a hidrazina e a forma de liberar essa hidrazina no espaço é fazê-la passar pelo catalisador, que a decompoe em nitrogênio (N2), hidrogênio (H2) e amônia (NH3) e dá o impulso necessário para propulsao do satélite em órbita.
O catalisador americano é composto de irídio (Ir) e alumina porosa (Al2O3). Inicialmente, o pesquisador do Inpe tentou fabricar o mesmo catalisador, mas depois optou por outro caminho, por sugestao de seu orientador, do Laboratório Pierre et Marie Curie, de Paris, França. Acabou desenvolvendo mais de um catalisador, à base de carbetos e nitretos com molibdênio (Mo) e tungstênio (W). Os resultados ficaram muito próximos do catalisador americano nos testes realizados no Laboratório de Integraçao e Testes - LIT - http://www.lit.inpe.br), em Sao José dos Campos (SP), onde é possível simular o vácuo.
"Até agora, submetemos os catalisadores a forças até 2 Newtons (2N) e ainda pretendemos fazer novas avaliaçoes sob forças superiores, até 200N", conta Rodrigues. Para tanto, ele aguarda a conclusao do novo banco de testes de propulsao, previsto para operar já no segundo semestre deste ano, em Cachoeira Paulista (SP). Lá mesmo poderao ser feitos os testes de longa duraçao necessários para utilizar os catalisadores nos satélites brasileiros. "Por enquanto, eles poderiam servir nas missoes de curta duraçao como as dos SACI 1 e 2, por exemplo", diz.
Rodrigues trabalhou sozinho nos catalisadores até defender a tese, em 1996, e agora conta com outros seis pesquisadores para seu aperfeiçoamento, com recursos do Pronex e do próprio Inpe da ordem de US$ 70 mil em 1998 e cerca de US$ 30 mil previstos para este ano.
Maiores informaçoes através do endereço eletrônico jajr@tupi.lcp.inpe.br ou do telefone (012) 5609200.
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