A Câmara de Ribeirão Pires analisa hoje as contas do ex-prefeito Clóvis Volpi (sem partido) e o cenário ainda é de incertezas para o ex-chefe do Executivo da cidade.

O TCE (Tribunal de Contas do Estado) considerou irregular a contabilidade do exercício de 2012, último ano de mandato de Volpi, por contratação de médicos em período eleitoral e restos a pagar de cerca de R$ 23 milhões deixados à gestão de Saulo Benevides (PMDB).

Caso esse parecer seja mantido pela Casa, Volpi fica inelegível pelos próximos oito anos. Para escapar de uma punição, o político necessita de 12 dos 17 votos da Câmara.

Oficialmente seis vereadores dizem que vão derrubar o parecer e inocentar Volpi: Anselmo Martins (PR), Arnaldo Sapateiro (PSB), João Lessa (PSDB), Gê do Aliança (PSC), Silvino de Castro (PRB) e Edson Savietto, o Banha (PPS).

Um dos pontos mais destacados pelos vereadores que pretendem absolver Volpi é o fato de, no parecer, estar indicado que não houve dolo do gestor público, ou seja, não houve má-fé por parte de Volpi. O ex-prefeito afirmou ao Diário que tinha liminar que o permitia contratar os médicos. Outro argumento utilizado por esses parlamentares foi que eles conheceram o governo de Volpi e consideraram uma boa gestão.

Já os vereadores Amaury Dias (PV), Amigão D’Orto (PTC), Zé Nelson da Paixão (PPS) e Rato Teixeira (PTB) votarão pela manutenção do parecer do Tribunal de Contas e devem seguir a linha dos que vão tentar cassar os direitos políticos de Volpi na sessão de hoje.

Rato, sobrinho do prefeito de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), prefere não ir contra a análise do órgão. “(O que foi feito na gestão) Está errado”. Amigão diz apostar no novo modo de se fazer política, com o voto. “Hoje a gente briga para mudar a política antiga”, falou.

O presidente da Casa, Rubão Fernandes (PSD), ainda não decidiu seu voto. “Vou ser o último a votar.”

Edmar do Aerocar (PV), Flávio Gomes (PPS), Rogério do Açougue (PSB), Zé Nelson (PMDB), Professor Paulo César (PMDB) e Danilo da Casa de Sopa (PSB) não retornaram aos contatos da equipe do Diário.

Volpi está confiante para plenária de hoje. Ele estará no Legislativo para prestação de contas e defesa oral, que será feita em tribuna livre. “Os vereadores mais antigos, que trabalharam comigo, conhecem o que era (a cidade) e o que ficou (depois da gestão). Os mais novos, eu tenho dificuldades. (Eles) São ligados a grupos políticos. Tenho dificuldade de convencê-los de que é um julgamento político. (Em Ribeirão Pires) Nunca se rejeitou conta de prefeito.”