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Hyundai faz cerimônia em Piracicaba
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
26/02/2011 | 07:32
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Piracicaba viveu um dia de festa ontem. Com a presença de altos executivos e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a Hyundai Motor Company fez a cerimônia de lançamento da pedra fundamental da fábrica, que já está em fase de alvenaria no interior paulista.

Sobre a dívida com o Fisco federal em que a montadora coreana tem seu nome envolvido, nenhuma explicação foi dada. "Essa dívida é da Asia Motors e não nos pertence", limitou-se a dizer Han Chang Hwan, executivo responsável pela operação nas Américas e escalado para falar à imprensa brasileira e coreana reunida em um galpão montado no centro de onde estão sendo erguidos os galpões industriais. O vice-chairman da montadora, Jong-Woon (Jerry) Shin, também ignorou completamente o assunto ao ser questionado pelos jornalistas. "Nós não temos nada a ver com isso", disse o governador Geraldo Alckmin. "Estamos hoje aqui (apenas) para comemorar o lançamento de uma grande fábrica, muito importante para o Estado de São Paulo."

Corre na Justiça federal processo em que a Hyundai, montadora que acabou incorporando a Kia, que por sua vez controlava a Asia Motos, é considerada sucessora de uma dívida que estaria em torno hoje de R$ 1,8 bilhão por benefícios fiscais usufruídos no da década de 1990.

Com dois sócios brasileiros, a Asia Motors importou veículos sem pagar tributos com a contrapartida de construir uma fábrica na Bahia. Como a unidade nunca foi construída, o Fisco brasileiro iniciou cobrança na Justiça. Desde os anos 2000, a Hyundai tenta uma saída que envolva a extinção da dívida. Ontem, os executivos não quiseram nem tocar no assunto.

O foco foi mesmo o lançamento da fábrica, que ocupa área de 139 hectares. O gigantismo da obra impressiona. Máquinas finalizam a terraplenagem enquanto operários e outras máquinas iniciam a colocação de vigas pré-moladas.

Só a área construída ocupa cerca de 100 mil metros quadrados, onde vão funcionar linha de montagem, pintura, prensa e carroceria. A planta começa a operar no fim do primeiro semestre do ano que vem com capacidade instalada para produzir 150 mil veículos por ano.

Han Chang Hwan disse que o carro compacto, ainda denominado de projeto HB, será o principal responsável para fazer a Hyundai ultrapassar a Ford em posição do mercado em 2013, ano em que pretende ter mais de 10% de vendas no mercado brasileiro. "Se, sem produzir aqui, já conquistamos mais de 3% de participação, é lógico que vamos aumentar nosso market share."

Na contabilidade da Hyundai, daqui a dois anos a marca emplacará cerca de 300 mil veículos no mercado brasileiro - 150 mil fabricados em Piracicaba, 100 mil importados e 50 mil importados em regime CKD (desmontados).

Chang Hwan disse que estão sendo investidos US$ 600 milhões no empreendimento, que também conta com mais US$ 300 milhões de oito fornecedores coreanos de autopeças também em fase de instalação no distrito industrial localizado a dois quilômetros da fábrica da Hyundai. Entre estas autopeças, estão a Mobs, Dymos e Hysco. Além disso, a Hyundai também pretende contar com fornecedores nacionais.

Ao todo, o complexo deve gerar 6.000 empregos na primeira fase - 3.800 apenas na Hyundai. O executivo afirmou que somente a direção será tocada por coreanos e que o grosso da mão de obra será local. Atualmente, 45 coreanos estão em Piracicaba, distante cerca de 160 quilômetros de São Paulo.

Hwan afirmou que a parceria com o Grupo Caoa vai continuar em plena harmonia. O empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade esteve ontem no evento, mas saiu rapidamente sem falar com os jornalistas.

 

Por que Denise Johnson saiu?

 

A saída intempestiva de Denise Johnson da presidência da General Motors do Brasil ainda não foi totalmente entendida e digerida pelo setor. O anúncio, no começo da semana, de que a executiva deixava a companhia em busca de "novas oportunidades" não é comum nesta indústria, que busca sempre uma solução mais diplomática quando algum alto representante resolve abandonar o posto.

Como a GM não explicou o motivo da saída, há várias suposições, segundo analistas do setor. Uma das mais prováveis diz respeito ao seu comprometimento de manter o cronograma de renovação de produtos no Brasil no momento em que a matriz estaria mais preocupada em conseguir dividendos para quitar sua dívida junto ao governo norte-americano.

De acordo com análises de estudiosos do setor, Denise veio para o Brasil - atualmente a terceira operação mais importante para a General Motors no mundo - por seu empenho e sucesso no processo de reestruturação da montadora, que só não faliu nos Estados Unidos porque recebeu há pouco mais de dois anos cerca de US$ 20 bilhões do governo do presidente Barack Obama.

Engenheira de formação e tendo ocupado a vice-presidência para relações trabalhistas da GM na América do Norte, era a pessoa mais indicada para comandar o processo de renovação da linha de veículos no Brasil, que, na opinião de muitos analistas, está "grisalha". "Presidentes anteriores vieram da área de finanças. Seu conhecimento de manufatura era fundamental para consolidar a mudança da linha de produtos", disse fonte ligada à GM. Se o plano desse certo, em três anos teria cumprido o seu trabalho e até se gabaritado para postos mais altos nos Estados Unidos.

"Meu desafio principal é renovar todo o portfólio em dois anos, com muitos lançamentos, e estou aqui para garantir a qualidade desses produtos. Cumpriremos nossas metas e continuaremos investindo", declarou ao Diário a executiva, em outubro.

Oito meses depois de ter chegado, o único veículo realmente novo que Denise mostrou foi a Montana, que hoje é montada sobre a plataforma do Agile. No Salão de Detroit, em janeiro, Denise parecia já não mostrar a mesma empolgação de quando chegou, no ano passado. Provavelmente foi lá que a decisão de sair foi tomada. Talvez ela não contasse mais na sede do poder da GM com o mesmo apoio de quando foi designada para assumir a presidência no Brasil, no ano passado.

Quem a nomeou foi Ed Withacre, este por sua vez encarregado pelo presidente Obama para reestruturar a GM. Só que Withacre caiu em desgraça no governo Obama por tentar adiar o programa de lançamento de ações na nova GM. No lugar dele, assumiu o atual presidente, Daniel F. Akerson.

Homem do mercado, Akerson lançou ações da GM com muito sucesso, tanto que cada uma passou de US$ 20 a US$ 33 e, atualmente, está em US$ 35. Com isso, a participação do governo norte-americano, que era de 67% na empresa, passou para cerca de 33%.

Como o debate eleitoral começa no ano que vem, o atual presidente quer chegar até lá sem nenhuma participação do dinheiro público na GM. Assim, se livraria das cobranças dos adversários e do eleitor.

Para sanear rapidamente a matriz, a filial no Brasil teria, segundo a tese mais provável, de sofrer atrasos no cronograma e ampliar a remessa de dividendos. Como Denise já tinha empenhado sua palavra no País, seria difícil voltar atrás.

 

Mini Parade na Estrada Velha de Santos

 

O Grupo Caltabiano realiza hoje a primeira edição de 2011 do Mini Parade, passeio que reúne veículos da marca britânica pertencente à BMW. Com saída às 9h45 da concessionária Mini da Avenida Eusébio Matoso, Zona Sul de São Paulo, os simpáticos modelos Cooper têm como destino a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, Litoral Norte do Estado. O mais interessante do passeio é o caminho escolhido: a Estrada Velha de Santos. E entre os locais a serem visitados está a histórica vila inglesa de Paranapiacaba, em Santo André.

 

Volvo Brasil soma R$ 30 milhões de PLR

 

A PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 2010 da Volvo do Brasil somou R$ 30 milhões. Este é o maior volume de recursos já concedido aos funcionários da Volvo em toda a história da empresa, desde que começou a produzir veículos comerciais no País, em 1980. No ano anterior, a Volvo já havia distribuído R$ 21,3 milhões, até então o maior montante concedido aos empregados. Os trabalhadores receberam até 5,8 salários adicionais em 2010. Nenhum empregado da Volvo recebeu menos que 15 salários no ano. Os funcionários que mais receberam alcançaram quase 19 salários no ano. Na média total da empresa, foram pagos 3,3 salários extras, além dos 13 salários previstos em lei.

 

Ford C-Max é o carro do ano em Portugal

 

O Ford C-Max foi eleito o carro do ano 2011 em Portugal. O modelo foi considerado pelos 18 jornalistas que o elegeram como o automóvel que melhor se adequa à realidade do mercado português. Os números do mercado automobilístico lusitano são muito menores que os do Brasil, quarto maior mercado de automóveis do mundo. Em janeiro de 2011 foram comercializados 16.728 veículos, 14,9% a mais que janeiro de 2010, quando foram comercializadas somente 14.558 unidades, segundo pesquisa da Jato Dynamics. Como um todo, o mercado europeu de carros novos, em janeiro último, teve um recuo de 0,9%.

 

Kia produz milésima unidade do Bongo

 

A Kia Motors Uruguay - com ‘y' mesmo - alcançou na última semana a marca de 1.000 caminhões Bongo K2500 produzidos na linha de montagem em Montevidéu. Atualmente, a unidade trabalha em turno único e produz 25 unidades do utilitário por dia. A previsão, de acordo com a marca, é elevar para 30 a produção partir da segunda semana de março.




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