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Indústria automotiva lidera o guia Quem é Quem no Grande ABC
Célio Franco e Marcelo Mazuras
Da Redaçao
19/08/2000 | 20:02
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O Diário publicará encartada em sua ediçao do próximo domingo (dia 27) a primeira ediçao do Quem é Quem no Grande ABC - As 500 Maiores Empresas da Regiao, uma revista que traça o mais completo painel da economia regional. A coleta de dados - que começou no último mês de maio - apontou quais sao as maiores empresas do Grande ABC, observando critérios como receita líquida, resultado líquido, patrimônio líquido e ativos, entre outros.

Foram consultadas 15 mil empresas da regiao para a elaboraçao do ranking. A revista visa, acima de tudo, criar uma vitrine da economia do Grande ABC, para alavancar negócios entre as empresas da regiao, destas com outras em nível nacional e até mesmo no exterior. Além de circular com o Diário, serao distribuídos exemplares para um exclusivo mailing de empresas, entidades empresariais, bancos de investimento, consulados, câmaras de comércio, instituiçoes de fomento e universidades. A publicaçao tem ainda como objetivo ampliar o número de informaçoes disponíveis sobre a economia regional, sob o ponto de vista do ambiente corporativo e do desempenho das próprias empresas.  

Só foram analisadas as empresas que remeteram seus dados. Das empresas que responderam às planilhas contábeis enviadas pelo Diário e apresentaram seus dados relativos ao exercício de 1999, foi extraído o ranking das 500 maiores do Grande ABC.  No próximo dia 24 (quinta-feira), o Diário realiza a festa de lançamento da publicaçao, na Mansao Padoveze, em Santo André, com 1,5 mil convidados, entre empresários e autoridades municipais e estaduais. As 20 maiores empresas do ranking, pelo critério de receita líquida (total de vendas menos impostos), e os cinco destaques em eficiência receberao certificados. 

As montadoras, tradicional força industrial da regiao, assumem a ponta da tabela. A Volkswagen do Brasil é a maior empresa da regiao, segundo o critério de receita líquida, com R$ 6,2 bilhoes. A empresa alema é seguida de perto pela segunda colocada, a General Motors, que contabilizou R$ 6 bilhoes de receita líquida. Fechando o pódio está outra montadora, a Mercedes-Benz, que encerrou 1999 com R$ 2,8 bilhoes. No quarto posto aparece a Basf, quebrando a hegemonia das montadoras. A indústria química, instalada em Sao Bernardo, apurou R$ 1,8 bilhao. Em quinto lugar, surge outra montadora, a sueca Scania, com R$ 987 milhoes. 

a presença da indústria automotiva nos primeiros postos reforça a importância desse setor na economia regional. Apenas as três primeiras colocadas, que juntas somaram R$ 15,2 bilhoes de receita líquida, representam mais da metade da receita líquida das 500 maiores empresas do ranking. Juntas, as 500 somaram R$ 27,4 bilhoes.

Pressao de custo - O número é ainda mais expressivo quando se consideram as condiçoes desfavoráveis em que as montadoras operaram durante 1999, um dos anos mais fracos da década em funçao das pressoes de custos criadas pela crise cambial e dos ajustes da economia brasileira.  

O potencial da indústria é reforçado ainda pela comparaçao com os demais setores. As 50 maiores empresas do setor industrial que aderiram ao ranking registraram R$ 25 bilhoes em receita líquida, ante R$ 971 milhoes apurados pelas 50 maiores organizaçoes comerciais e R$ 1 bilhao obtido pelas 50 principais prestadoras de serviços. O dado serve de parâmetro para as novas avaliaçoes sobre a tao debatida reconversao econômica regional, na qual a indústria estaria perdendo seu peso histórico na economia do Grande ABC.

Consultoria - Os dados colhidos pelo Diário foram tabulados e avaliados pela Austin Asis, consultoria criada por professores da USP (Universidade de Sao Paulo) e especializada em avaliaçoes de crédito e risco de instituiçoes financeiras, empresas e seguradoras da América Latina. "No geral, as empresas deram um importante passo em 1999", afirmou Erivelto Rodrigues, diretor da consultoria. "Elas saíram de um estágio anterior, que se resumia em pagar contas e lutar para sobreviver, para um estágio em que podem preparar estratégias e criar o seu futuro. Com o equilíbrio obtido em 1999, poderao finalmente voltar a investir, o que resultará numa retomada do emprego e do crescimento da economia como um todo", avaliou.  "Certamente, as empresas estao prontas para decretar o fim de um ciclo negativo e inaugurar um ciclo virtuoso, a partir deste ano, porque todos os setores passam por um período produtivo", afirmou Rodrigues.

Segundo a Austin Asis, as empresas deverao apresentar em 2000 os melhores resultados dos últimos tempos. Assim, o ranking Quem é Quem no Grande ABC passa a ter um outro ponto de vista. Como este é o primeiro trabalho que visa classificar as empresas da regiao, torna-se prematuro traçar parâmetros entre as empresas e os diversos subsetores. No ano passado, o Diário já havia publicado um ranking restrito às sociedades anônimas. A partir de agora, com a sistematizaçao da pesquisa, será possível acompanhar a trajetória de cada uma das empresas, além das variaçoes por setor.  "As boas perspectivas da economia, de forma geral, levam a crer que haverá uma concorrência entre as empresas na disputa pelos melhores postos do ranking. Isto porque o últimos resultados estao comprometidos com o custo financeiro", na avaliaçao da consultoria Austin Asis.  "Em 1997 e 1998, as empresas nao tinham capital de giro próprio e precisavam trabalhar com o capital de terceiros, seja de fornecedores ou recorrendo a financiamentos bancários, a um custo muito alto, o que tirava o efeito das vendas com resultados menores", afirmou Rodrigues.

Segundo ele, se for mantida a queda nas taxas de juros, as receitas tendem a crescer. "As crises obrigaram as empresas a reduzir estruturas e mostraram a elas a necessidade de serem eficientes. Quem nao conseguiu se adaptar aos novos tempos de economia globalizada acabou fechando as portas", disse Rodrigues, acrescentando que nunca houve na história tamanha conscientizaçao por parte do empresariado da importância da eficiência.




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