Economia Titulo Investimento
Letra de Crédito Imobiliário
cresce 142% na região

Pessoa física busca cada vez mais esse tipo de aplicação,
que é isenta de IR e opção para quem busca ganhos maiores

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
25/03/2012 | 09:09
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O volume de LCI (Letra de Crédito Imobiliário), para pessoa física, aumentou em 142,9% no Grande ABC, em 2011. "Passou de 157,1 milhões, em 2010, para 381,6 milhões no ano passado", comentou o gerente de atendimento de média e alta renda da Caixa Econômica Federal Grande ABC, João Gilberto Martins. Só os bancos que possuem carteira de crédito imobiliário podem oferecer a aplicação. O dinheiro captado com o investimento - assim como a poupança e os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários)- é direcionado para financiar o setor de imóveis no País. "E como os financiamentos de imóveis cresceram muito, os bancos têm a preocupação da poupança não conseguir suprir tudo, por isso incentivam a venda do produto", explicou o professor de Análise de Investimento da FIA (Fundação Instituto de Administração) Bolívar Godinho.

Para se ter ideia, segundo a Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), o número de imóveis vendidos no segundo semestre de 2011 cresceu 46,36% em relação ao primeiro semestre.

BENEFÍCIO - A vantagem principal da aplicação em LCI é a isenção do Imposto de Renda para pessoa física. O professor Godinho dá um exemplo de como o investimento é uma opção para quem está em busca de ganhos reais maiores. O CDB, que também é um papel emitido pelos bancos, remunera de acordo com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) - indexador usado para rentabilizar as aplicações financeiras e que segue a taxa básica de juros. E o investidor que compra o certificado precisa arcar com a alíquota de Imposto de Renda. Portanto, ao considerar que o tributo seja de 15% (caso o dinheiro seja sacado após dois anos de aplicação), ao optar pelo CDB de uma instituição que paga 95% do CDI, o cliente irá receber líquido apenas 80%. Se o resgate for em até 180 dias, a mordida do Leão é ainda mais dolorosa, o IR chega a 22,5%.

O CDI também é o indexador usado para remunerar os investimentos em LCI. Ao levar em conta que um banco emissor da letra pague 85% do indexador, o investidor embolsará 5% a mais em relação ao CDB, isso porque não há IR. O único risco para o investidor que aplica em LCI é se a instituição quebrar, neste caso, o Fundo Garantidor de Crédito garante a devolução de até R$ 70 mil.

COMO FUNCIONA - O aplicador interessado em investir na LCI deverá desembolsar entre R$ 30 mil e R$ 50 mil de uma única vez. Portanto, a recomendação é que a aplicação seja direcionada aos investidores que desejam diversificar seu portfólio de dinheiro. Por isso, a planejadora financeira pessoal Cristiana Dias Baptista recomenda não concentrar todas as reservas na LCI, o ideal é ter dinheiro em outros investimentos, como poupança, para o caso de uma emergência. "Até porque, a LCI não é um produto com liquidez (facilidade de vender) diária", explica Cristiana.
Toda letra adquirida pelo investidor tem prazo de vencimento. De acordo com o professor de Finanças Mário Amigo, que ministra aulas na Fipecafi, Fipe, FIA e Saint Paul Escola de Negócios, em média, em geral o período mínimo dos papéis é de seis meses. Ele lembra que a remuneração acordada com o banco está diretamente ligada a esta data - momento em que o investidor receberá o valor que aplicou somado aos rendimentos. "Mas é possível se desfazer do papel antes, se o cliente vai ter uma rentabilidade melhor ou menor em relação ao que teria (caso esperasse o vencimento) dependerá do preço de mercado no momento da venda", orientou Amigo.

De acordo com ele, mesmo com as quedas recentes da taxa básica de juro, hoje em 9,5% ao ano, a opção ainda é vantajosa em relação a poupança. "Geralmente a remuneração da LCI fica maior do que 7%, isso significa que o ganho fica acima da caderneta". conclui.

 




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