Demonstrações de fé e devoção à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, marcaram nesta terça as homenagens à santa no Grande ABC. Um dos momentos de maior emoção aconteceu durante a missa celebrada pelo bispo da Diocese de Santo André, dom Nelson Westrupp, no ginásio da UniFEI (Centro Universitário da FEI), em São Bernardo. O evento reuniu cerca de 3 mil pessoas, que acompanharam atentas as mensagens do bispo ao som de cânticos católicos e encenações, que lembraram a descoberta da imagem da santa, em um barco no rio Paraíba em 1717. Em São Caetano e Santo André, centenas de cavaleiros e motoristas seguiram em procissões, que atraíram comitivas até de outros municípios, como Tremembé, a 133 km da capital.

"Essa festa tem um sentido muito forte para os católicos brasileiros. A aparição da imagem de Nossa Senhora no país foi diferente de outros lugares, em que foi vista por videntes. A cor preta da imagem pode ter diferentes interpretações, como mãe dos marginalizados e solidária aos irmãos escravos. E o simbolismo de ser encontrada em um rio remete às águas do batismo", disse o bispo.

A líder de produção Zenaide Carmem de Araújo, 52 anos, que assistiu à missa, garante que sua fé em Nossa Senhora foi responsável por conseguir superar com resignação as seqüelas de uma esclerose múltipla. "Tenho essa doença há 16 anos e, segundo meu médico, é um milagre eu ainda conseguir caminhar. A santa me dá muita força", afirmou.

Cavalgada - Em São Caetano, centenas de fiéis foram às ruas ontem de manhã para ver a 2ª Cavalgada e Carreata de Nossa Senhora, que saiu da avenida Goiás em direção à rua Oriente, no bairro Barcelona, em frente ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Cerca de 200 cavaleiros e charreteiros e 73 veículos seguiram a imagem da santa conduzida até a paróquia.

Durante o percurso, devotos deram provas de confiança na santa, como foi o caso do executivo Eliseu de Favari, 68 anos. A sua égua manga larga Noêmia escorregou no início da cavalgada, fazendo com que ele caísse e ficasse sob o corpo do animal. "Foi uma graça não ter acontecido nada de pior para ela ou para mim, por isso, continuei o trajeto com mais gratidão."

O evento teve até um caráter ecumênico, como destacou o proprietário de hípica Nilson de Souza, 60 anos, da cidade de Tremembé, que participou pela segunda vez da homenagem com mais 85 companheiros. "Eu sou evangélico, mas respeito essas manifestações de fé."

No bairro Guaraciaba, em Santo André, a tradicional 12ª Festa dos Cavaleiros, Charreteiros e Amazonas atraiu cerca de 200 participantes na festa que aconteceu na avenida Valentim Magalhães e ruas do entorno.