O projeto que prevê a implantação da TV Câmara no Legislativo de São Bernardo está suspenso. O anúncio foi feito ontem à tarde, em entrevista coletiva concedida pelo presidente da Casa, Otávio Manente (PPS).

O popular-socialista recuou com relação às declarações dadas por ele próprio após reunião na semana passada com vereadores e representantes da Fundac (Fundação para o Desenvolvimento das Artes e da Comunicação), então vencedora da concorrência para a prestação do serviço. Na ocasião, Manente garantiu a assinatura do contrato com a empresa.

"Não existe assinatura de contrato. Foi assinada apenas uma autorização de andamento de processo", afirmou o presidente do Legislativo são-bernardense, que admitiu ter freado o ímpeto na contratação da Fundac para promover a TV Câmara em virtude do pedido de mais esclarecimentos por seus colegas. "Pesou a minha tranquilidade no relacionamento com os vereadores. Não conduzo os projetos de forma truculenta. As decisões são tomadas em conjunto."

Desde que foi apresentado o projeto vinha sofrendo resistência por parte de alguns vereadores, em especial dos petistas Wagner Lino e Paulo Dias, que mostraram insatisfação quanto ao custo operacional (R$ 795 mil por mês, totalizando R$ 9,5 milhões ao ano) e cobraram mais detalhes sobre o funcionamento da TV Câmara, como, por exemplo, a grade de programação. "Este projeto ganhou mais respeito da oposição do que da bancada do PT. Esses dois (Lino e Dias) preferiram sair atirando por aí", criticou Manente.

Com a pressão proveniente de parte da bancada de sustentação do prefeito Luiz Marinho (PT) surtindo efeito, são esperadas novas propostas das empresas concorrentes para a implementação da TV Câmara. Serão consideradas a redução na grade horária de oito para quatro ou seis horas diárias de transmissão, diminuição do número de profissionais contratados (o projeto inicial previa 39 pessoas) e do custo com a aquisição de equipamentos. As fundações proponentes têm até sexta-feira para apresentar os projetos reformulados.