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Investigação de Jáder fica para segunda etapa
Das Agências
19/05/2001 | 18:56
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O Ministério Público e a Polícia Federal decidiram centrar suas investigações em um dos grupos mais beneficiados pela extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), a família Soares, do Pará. Fica para uma segunda etapa o exame de indícios que possam comprometer parlamentares federais, como o presidente do Senado, Jáder Barbalho (PMDB-PA), seu primo, o deputado José Priante (PMDB-PA), e o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do senador Renan Calheiros, amigo de Jáder.

O baixo clero do esquema de fraudes são os irmãos José, Romildo e Sebastião Soares, integrantes de um dos clãs políticos na região da Transamazônica (PA). Eles receberam quase R$ 18 milhões em oito projetos aprovados pela autarquia nos anos de 1998 e 1999. O primeiro é um dos cinco membros do PMDB da Transamazônica, envolvidos com projetos irregulares.

Ninguém acredita que eles tenham transacionado com tanta desenvoltura na Sudam sem um padrinho político. Mas a estratégia visa evitar que a apuração volte à estaca zero. É que o envolvimento de algum parlamentar federal poderá implicar na remessa de dezenas de inquéritos, que serão instaurados para o Supremo Tribunal Federal (STF), instância competente para julgar senadores e deputados federais.

Outro temor dos procuradores é a possível lentidão ou engavetamento dos inquéritos, se o assunto for levado ao STF. Nessa esfera, quem tem competência para acusar em nome do Ministério Público Federal é o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que arquivou na semana passada o relatório do Banco Central sobre desvio no Banco do Estado do Pará atribuído a Jáder.

Os procuradores acreditam que já têm provas suficientes para formalizar as acusações contra os irmãos Soares e cúmplices. Afinal, quase todos os supostos sócios dos projetos eram empregados das empresas dos Soares em Altamira.

A investigação sobre as fraudes do grupo ligado aos Soares será centralizada em Palmas, em razão do grampo telefônico de nove meses. A estratégia poderá mudar de rumo, se algo relevante for encontrado envolvendo os políticos do PMDB. Um deles, o deputado Olavo Calheiros, irmão do senador Renan Calheiros, amigo de Jáder, já terá de explicar à PF por que era destinatário de um fax sobre a situação de um dos projetos fraudulentos dos Soares, a agropecuária Rio Água Azul.




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