O baixo clero do esquema de fraudes são os irmãos José, Romildo e Sebastião Soares, integrantes de um dos clãs políticos na região da Transamazônica (PA). Eles receberam quase R$ 18 milhões em oito projetos aprovados pela autarquia nos anos de 1998 e 1999. O primeiro é um dos cinco membros do PMDB da Transamazônica, envolvidos com projetos irregulares.
Ninguém acredita que eles tenham transacionado com tanta desenvoltura na Sudam sem um padrinho político. Mas a estratégia visa evitar que a apuração volte à estaca zero. É que o envolvimento de algum parlamentar federal poderá implicar na remessa de dezenas de inquéritos, que serão instaurados para o Supremo Tribunal Federal (STF), instância competente para julgar senadores e deputados federais.
Outro temor dos procuradores é a possível lentidão ou engavetamento dos inquéritos, se o assunto for levado ao STF. Nessa esfera, quem tem competência para acusar em nome do Ministério Público Federal é o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que arquivou na semana passada o relatório do Banco Central sobre desvio no Banco do Estado do Pará atribuído a Jáder.
Os procuradores acreditam que já têm provas suficientes para formalizar as acusações contra os irmãos Soares e cúmplices. Afinal, quase todos os supostos sócios dos projetos eram empregados das empresas dos Soares em Altamira.
A investigação sobre as fraudes do grupo ligado aos Soares será centralizada em Palmas, em razão do grampo telefônico de nove meses. A estratégia poderá mudar de rumo, se algo relevante for encontrado envolvendo os políticos do PMDB. Um deles, o deputado Olavo Calheiros, irmão do senador Renan Calheiros, amigo de Jáder, já terá de explicar à PF por que era destinatário de um fax sobre a situação de um dos projetos fraudulentos dos Soares, a agropecuária Rio Água Azul.
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