Economia Titulo
Etanol sobe mais
R$ 0,04 na região
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
19/07/2011 | 07:30
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O preço médio do etanol no Grande ABC continua subindo. Em alguns postos da região já é mais vantajoso abastecer com gasolina, que tem maior eficiência energética do que o álcool. Na primeira quinzena, o litro do etanol encareceu 2,29% e sai, em média, por R$ 1,78, ou seja, R$ 0,04 mais caro que no início do mês. Para abastecer com gasolina, o motorista desembolsa R$ 2,63 - R$ 0,01 a menos do que há duas semanas. A vantagem do etanol em relação à gasolina está no limite. Por ser consumido mais rapidamente, o álcool só é vantajoso quando custa menos que 70% do valor da gasolina. Hoje está em 68%.

No mês passado, o combustível feito de cana-de-açúcar encareceu R$ 0,13. O levantamento é da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Mauá lidera a escalada de preços. Postos da cidade aumentaram em 4,09% o álcool, que foi a R$ 1,78 o litro, contra R$ 1,71 no início do mês. Mesmo assim, fica abaixo do valor em Ribeirão Pires, onde o combustível é encontrado, em média, por R$ 1,83. É o mais caro da região. São Caetano aparece em seguida, com expansão de 4%, vendendo seu renovável na média de R$ 1,82. Santo André elevou em R$ 0,05 o preço no mesmo período, com litro a R$ 1,79.

São Bernardo e Diadema não alteraram os valores no levantamento. Foram apurados R$ 1,76 e R$ 1,74, respectivamente. Com isso, Diadema volta a cobrar os valores mais baixos da região, posição que havia perdido no início do mês para Mauá. Em São Caetano é possível encontrar posto cobrando R$ 1,99 no combustível feito de cana-de-açúcar.

 

DISTRIBUIDORAS - O aumento na bomba é resultado da elevação do preço das distribuidoras aos postos, que subiu R$ 0,12 em 15 dias.

O proprietário de posto em Santo André Sérgio Renato Bonatti afirma que ainda não recuperou o volume de vendas que computava em dezembro, de cerca de 4.000 litros por dia. Vende hoje 2.700 litros diários. "Praticamente não estamos lucrando. Não repassamos o que deveríamos porque há uma concorrência, se o fizéssemos, nos prejudicaríamos", declara, ao acrescentar que a maior parte de seus clientes migrou para gasolina, que tem venda diária de 5.000 litros, contra cerca de 3.800 litros que comercializava no fim do ano.

Outro problema apontado pelo empresário é que julho é mês de férias. Com mais famílias viajando, as vendas estão em queda de 20%.

USINAS - O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo da região, Toninho Gonzalez, critica os usineiros pelo aumento sucessivo de preço no etanol, principalmente porque o País não atravessa entressafra de cana-de-açúcar. Do outro lado, a União da Indústria da cana-de-açúcar se defende ao falar que a margem de produção será reduzida no Centro-Sul devido a geadas. Enquanto usineiros e postos não se entendem, o consumidor paga a conta.

A estimativa inicial era de 568,5 milhões de toneladas para essa safra, número que caiu para entre 530 e 540 milhões. Se confirmada, será a primeira vez em mais de uma década que a produção será menor frente ao ano anterior. "Temos estações climáticas todos os anos. No inverno (o preço) sobe por causa de geadas, no verão é a seca ", diz Gonzalez.

 




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