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Paripueira: cenário quase selvagem em Alagoas
Rosângela Espinossi
Enviada do Diário a Maceió
18/06/2003 | 18:56
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"Vamos pra Paripueira/Vamos pra Paripueira”. O convite que Martinho da Vila faz na música Só em Maceió, nos anos 80, não deve ser desconsiderado por quem está na capital de Alagoas. A cidade de Paripueira, a 27 km ao norte de Maceió, é um recanto quase selvagem, formada a partir de uma vila de pescadores, que apresenta a maior concentração de piscinas naturais do mundo tão próximo à praia. São 3,8 hectares com algas, corais e águas totalmente despoluídas, a 1,5 km da costa, que mede 6 km de extensão. E, para o turista não ter do que reclamar, as águas locais têm temperatura média de 35 graus.

Paripueira – cujo nome significa praia de águas mansas –, é formada por três praias: Costa Brava, Paripueira e Sonho Verde. Hoje, no entanto, elas são chamadas, pela maioria das pessoas, simplesmente de Paripueira. Mas, para ser exata, é da praia de Costa Brava que saem catamarãs para as piscinas naturais, onde se chega em menos de dez minutos. Nas embarcações, há o acompanhamento de biólogos. Eles estão lá para explicar a importância da conservação do local, na verdade, uma APA (Área de Proteção Ambiental). Lá no meio do mar, com não mais de 30 cm de profundidade (dependendo da maré, pode chegar até a 10 cm), os biólogos recolhem ouriços de vários tipos e cores, cobras do mar e algas dos arrecifes que forram a região. Para quem tem coragem de pegar nesses bichinhos, deve ser uma sensação e tanto. Para quem prefere só observar, pode notar a quantidade e profusão de vida marinha local.

Os arrecifes, formados pelos esqueletos dos próprios animais que lá vão sendo depositados por anos afora, são uma barreira natural para a água do mar, o que propicia a formação das piscinas. Quando o catamarã chega ao local, todo cuidado é pouco na hora de descer e caminhar pelo mar. Os biólogos logo avisam para nem tentar colocar os pés nessas formações, por dois motivos óbvios: 1 - para não depredar a reserva ecológica; 2 - para não depredar a planta de seus pés, pois aquilo corta mesmo.

Quem quiser ver de perto essa verdadeira floresta em miniatura sob o mar deve colocar um snorkel e nadar sobre a superfície. Quem não quiser se arriscar, basta pegar um pouco de pão que a embarcação leva e segurar na mão dentro d’água: vários peixinhos vêm saborear o banquete servido na boca. Durante o trajeto até lá, os turistas são devidamente aconselhados a não jogar nada que possa poluir o local. Ou seja, nada de atirar latinha de cerveja, ponta de cigarro ou outro objeto qualquer.

A profusão de algas verdes, também conhecidas como alface-do-mar, devido ao seu formato, como bem alertam os guias, são o termômetro que mede a pureza das águas: elas só se proliferam em ambientes despoluídos e sem agressão da mão humana. Por isso, é bom mesmo seguir os conselhos e, como diz um ditado de lá, “só levar como lembrança, as fotografias do local”.




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