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Caso Alcina vai terminar sem conclusão, aponta delegada
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
05/10/2011 | 07:30
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O inquérito sobre o caso do estudante Davi Mota Nogueira, 10 anos, que entrou armado na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano, atirou na professora e se matou, no dia 22, deve ser encerrado sem conclusão. A informação foi dada ontem pela delegada Lucy Mastellini Fernandes, que afirma não saber o que motivou o aluno.

Para ela, o caso está praticamente encerrado. A investigação deve ser concluída até o fim da semana e encaminhada semana que vem ao Ministério Público. A delegada aguarda os laudos dos exames da perícia e pretende ouvir mais quatro crianças. "Vamos relatar que não temos resposta precisa sobre o que aconteceu. Esgotamos as possibilidades, mas acredito que a resposta morreu com ele."

Como já havia dito, a delegada reforçou que descarta a possibilidade de responsabilizar o pai por negligência no armazenamento da arma. "Para a polícia não existe culpado." Ela ressalta que deixará a decisão à Justiça. "Ele já foi penalizado o suficiente pela morte do filho."

Também foi descartada a participação de outra pessoa na tragédia. A conclusão foi feita após colher o depoimento de um professor da escola. Ele disse que encontrou o corpo de Davi com a cabeça encostada na escada e a arma sobre o peito. "Os laudos apontaram que ele atirou contra a própria cabeça."

Lucy não acredita na hipótese de crime premeditado. "Pela personalidade dele e pelos momentos anteriores ao ato, não me parece que tenha premeditado. Senão teria dados alguns sinais."

Ela acredita que o estudante possa ter levado a arma para a escola para se "sobressair". "Como os colegas não acreditaram que a arma era de verdade, ele pode ter pego para chamar a atenção. O disparo aconteceu e no desespero ele se matou."

Segundo Lucy, o depoimento da professora baleada, Rosileide Queiros de Oliveira, 38, que está abalada e sem entender o que aconteceu, reforçou o bom comportamento do garoto. Ela confirmou para a delegada que no momento estava de costas e não viu nada.

"Ela conta que entrou na sala de aula, deixou o material na mesa e foi apagar a lousa. Ouviu um barulho que associou a uma bomba ou arrastar de cadeiras. Ela começou a sentir o corpo estranho, como se fosse uma descarga elétrica, e caiu. Só percebeu que estava machucada quando colocou as mãos nas costas e viu que estava sangrando", relata a delegada.

Além da professora, foram ouvidos na segunda-feira quatro colegas de sala de Davi. "Três acreditam que não foi algo intencional. Só uma disse que Davi teria dito ter a intenção de matar a professora e se matar", explica.




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