O FMI (Fundo Monetário Internacional) atribui em grande parte aos efeitos da globalização o ritmo moderado que a inflação assumiu no mundo, segundo um informe publicado nesta quinta-feira.

"O FMI acha que, através dos preços internacionais dos produtos não-prolíferos, a globalização reduziu a inflação em um quarto de ponto percentual em média nas economias desenvolvidas, com um efeito de até meio ponto nos Estados Unidos", segundo o documento.

Em um capítulo intitulado "Em que medida a globalização tem efeito sobre a inflação?", que faz parte de seu informe sobre as perspectivas econômicas mundiais publicado antecipadamente, o FMI diz que se trata de uma média calculada sobre dez anos, mas em períodos curtos, entre um e dois anos, a globalização pode ter reduzido a inflação em até ponto percentual.

O informe completo sobre as perspectivas econômicas mundiais, entre as quais se destacam as estimativas sobre o crescimento futuro, será publicado na próxima semana.

A parte do informe divulgada nesta quinta indica que a alta do petróleo também poderá exercer um efeito desestabilizador sobre a economia mundial devido, principalmente, ao reinvestimento nos Estados Unidos dos rendimentos dos países produtores, o que contribui para alimentar o déficit da balança de pagamentos dos Estados Unidos.

"O reinvestimento dos petrodólares no mercado internacional de capitais ajuda a manter baixas as taxas de juros nos Estados Unidos, contribuindo para aumentar o déficit dos pagamentos correntes e estimular o consumo", conclui o FMI.

Mas à medida que esse déficit aumenta, cresce com ele o risco de uma baixa do dólar, o que impulsionaria as taxas de juros americanas significantemente em alta e poderia levar a uma recessão, adverte o Fundo.