Os lojistas receberam na última segunda-feira o comunicado da Prefeitura de que deveriam deixar o estabelecimento em condiçoes de ser lacrado até esta quinta, às 14h, ou seja, deveriam retirar toda a mercadoria existente nas lojas até o horário estabelecido. Segundo Beber, o shopping está irregular desde 1993. "Tenho uma pilha de pedidos de aumento de prazo para regularizar a situaçao do shopping."

O secretário afirmou que sempre concedeu prazos porque pensava nos empregos oferecidos, mas uma denúncia feita no fim do ano passado fez com que a secretaria tomasse providências mais enérgicas. "Um lojista denunciou, para a Prefeitura e para o Corpo de Bombeiros, o abandono do prédio e o risco de acidentes no local."

Segundo Beber, nesta época, todos os extintores de incêndio estavam vencidos. O secretário disse que foi dado um prazo até maio para que o shopping se adequasse às normas e apresentasse o laudo do Corpo de Bombeiros, "o que nao aconteceu". Um novo prazo foi dado, mas nada foi resolvido. "Foi por isso que decidimos tomar essa atitude drástica."

Segundo o capitao Newton Massami Tamada, chefe da SAT (Seçao de Atividade Técnica) do 8º Grupamento de Incêndio do Grande ABC, a última vistoria no Best Shopping foi feita em 4 de março deste ano, quando foi constatado o nao cumprimento de exigências simples, que nao "representam grande risco para os freqüentadores, mas que impedem a emissao do alvará definitivo".

De acordo com ele, entre as infraçoes estao duas um pouco mais graves: a existência de um botijao de gás dentro da loja de número 19 (o gás tem de ser encanado e seus reservatórios têm de estar fora do prédio e em local ventilado) e a nao existência de chuveiros automáticos no subsolo do prédio (equipamento de segurança que consta do projeto inicial) (veja as outras infraçoes no quadro abaixo). Segundo a administraçao do shopping, a loja 19 já está desativada e vazia.

O comerciante Norberto Neves dos Santos, proprietário de loja e membro do Conselho de Administraçao do Shopping, disse que as 14 exigências feitas pelo Corpo de Bombeiros na última visita nao foram atendidas porque sempre há novas determinaçoes. "Já estamos cansados de tanto mudar o sistema de segurança contra incêndios. Sempre há novas providências a serem tomadas", disse.

Segundo o capitao Massami, isso é normal acontecer dependendo do tempo entre as vistorias, pois há necessidade de mudanças por causa do desgaste dos equipamentos de segurança.

Apesar de toda polêmica, o capitao Massami disse que poderia ter fornecido um alvará provisório, válido por seis meses, caso a administraçao do shopping tivesse procurado o SAT. "Isso porque sao problemas simples, que nao trazem risco direto ao freqüentador do espaço."

Ele disse que o documento demora, pelo menos, uma semana para ser emitido, pois teria de ser feita uma nova vistoria no prédio. O secretário de Obras afirmou que o shopping poderá ser reaberto a qualquer momento, assim que o atestado do Corpo de Bombeiros for apresentado. "Nao importa que seja provisório ou definitivo", afirmou.

Mudança - Nessa quarta, foi dia de mudança para alguns lojistas do Best Shopping. "Nao queria sair, mas tenho de retirar minhas mercadorias antes da lacraçao", disse a comerciante Marise Aparecida Moretti. Dona de uma loja de confecçao feminina, ela disse que acabaria a mudança somente nesta quinta pela manha. Marise afirmou que nao fez isso antes porque nao tem para onde levar sua mercadoria. "Terei de estocar tudo em casa."