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'Lei seca' não passa na Câmara de Ribeirão Pires
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
13/02/2003 | 21:46
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Morreu no parto o projeto de lei que limitava o horário de funcionamento dos bares em Ribeirão Pires, que já tramitava há um ano na Câmara. Depois de adiar a votação pelo menos três vezes, os vereadores da cidade decidiram nesta quinta, por 11 votos a 4, arquivar o projeto de autoria de Sônia Garcia (PSDB).

A notícia frustrou a Polícia Militar, que esperava maior controle da violência no município. Mas foi bem recebida pela Prefeitura e pelos empresários da estância turística que, no entanto, reconhecem a necessidade de medidas contra o aumento da violência e do vandalismo.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Luciano Roda, afirmou que, antes de determinar mais rigor na lei de funcionamento dos bares, é necessário intensificar a fiscalização policial sobre os estabelecimentos, ruas e praças.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Pires, Marcelo Menato, afirmou que “a lei deveria ser mais debatida”. Ele defendeu mais fiscalização policial combinada com a modernização dos bares. Para Menato, a cidade sofre com a invasão do público de outras cidades da região onde já vigora a chamada lei seca, como Mauá e Diadema. “Vamos ter de sentar para conversar novamente, porque alguma coisa precisa ser feita, e rápido.”

O comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar de Ribeirão Pires, José Amilto dos Santos, esteve na Câmara para acompanhar o andamento do projeto. Ele nota aumento da violência e uma “onda de vandalismo”.

O policial relacionou o problema ao aumento do movimento de turistas em Ribeirão Pires nos fins de semana. E defendeu a aprovação de um projeto nos moldes do que já existe em Mauá. Mas percebeu, antes mesmo da votação, que existe uma grande divisão na cidade.

Donos de bares marcaram presença na Câmara para pressionar os vereadores a rejeitar o projeto. Além da autora da matéria, votaram a favor da idéia apenas os vereadores Manuel Justino (PFL), Mara Ribeiro (PPS) e Moacir Soares (PT), que desafiou a posição de sua bancada.

A líder do PT, Elza da Silva Carlos, afirmou que tentou ganhar tempo, mas que seria impossível votar o projeto sem uma negociação mais ampla. De acordo com ela, Sônia Garcia não conseguiu negociar com todos os setores envolvidos pela medida. A autora não concorda. Acha que perdeu para o lobby de um pequeno grupo de donos de bar que não se ajustaram.




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