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Mudança não segue padrão histórico
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
04/02/2010 | 07:00
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Da AE


As mudanças que ocorrerão com as cédulas de real não refletem alterações no cenário econômico. "A motivação desta vez é para ampliar a tecnologia de segurança", afirma a professora de economia Marlene Cardia Laviola, que ministra aulas na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul).

Porém no passado, muita gente viu as cédulas serem extintas por completo, devido a planos de combate à inflação e mudanças efetivas na moeda para conter os aumentos nos preços. De acordo com o assessor de estudos macroeconômicos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Renault Michel, a principal mudança na moeda brasileira ocorreu em 1986. "Na época a inflação estava batendo os 20% ao mês", lembra.

Ele explica que o governo do ex-presidente José Sarney inseriu o Cruzado, junto com planos e medidas econômicas, e conseguiu congelar os preços e salários durante um ano. "Neste período, as pessoas não aceitavam que houvesse aumento nos preços", destaca. Mas as coisas não duraram muito tempo e "em um ano voltou a inflação com força total", diz Michel.

Voltando ao ano de 1942, em que o BC (Banco Central do Brasil) era uma superintendência do Banco do Brasil, a autarquia monetária emitiu a sua primeira moeda, o Cruzeiro.

Em 1967, durante o governo de Castello Branco, o BC inseriu o Cruzeiro Novo com o intuito de conter a inflação, que na época batia os 100% ao ano. "A moeda entrou junto ao PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), que levou a inflação aos 25% ao ano", acrescenta Michel.

O "milagre brasileiro" ocorreu entre 1968 e 1973, "época de euforia, pois o País crescia, em média, 11% ao ano, ou seja, desenvolvimento ao nível chinês de hoje", explica Michel. Para marcar o período, o governo de Emílio Médici colocou em circulação a segunda versão do Cruzeiro.

Tentando conter a inflação, porém sem muito sucesso, os governos de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco lançaram, respectivamente, o Cruzado Novo (1989), a terceira fase do Cruzeiro (1990) e o Cruzeiro Real (1993).

Michel diz que o real garante o mérito de segurar a inflação, "mas não foi totalmente eficiente em geração de emprego, desenvolvimento e crescimento do País".




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