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Empresários visitam centro tecnológico italiano
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/11/2009 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Uma comitiva de 15 pessoas liderada pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC passou uma semana na Itália visitando o Centro de Transformação de Tecnologia Meccano, localizado na região de Marche - como se fosse um Grande ABC menor e que conseguiu reunir centros de tecnologia de metalmecânico, eletroeletrônico, móveis e calçados em único polo tecnológico.

A visita se ateve ao centro de metalmecânico dividido em duas unidades, em Fabriano e Jesi. As passagens aéreas da comitiva foram pagas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e transporte terrestre, estada e alimentação pelas instituições dos integrantes, como empresários, representantes de associações comerciais, das prefeituras e universidades da região.

Na avaliação de Shotoku Yamamoto, diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, existe uma diferença grande na relação estabelecida entre as universidades e as indústrias de lá e as da região. "Aqui, as faculdades estão mais preocupadas em desenvolver tecnologias novas voltas à área de pesquisa. Lá, elas se realizam melhorias de processo de qualidade e modificação do produto", afirma.

Para Yamamoto, em Marche há um compromisso em desenvolver algo que já existe, mas que ainda não é fabricado na Itália, para que eles parem de importar e desenvolvam por lá. "No Grande ABC, as universidades alegam que se alguma tecnologia já existe, eles não vão trabalhar nela", aponta.

Valter Moura, vice-diretor da Agência e presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), conta que no polo tecnológico italiano existe um laboratório específico para certificar esses produtos e tecnologias que ainda não existem no País. "A ação inclui ainda orientação e treinamento para os empresários que vão trabalhar com o novo produto", relata.

Segundo Moura, é atuação que vai além do papel do Sebrae (Serviço de Apoio ao Micro e Pequenas Empresas), pois envolve suporte técnico aos certificados, algo que aqui ainda não é feito.

Na opinião de Yamamoto, quem teria o papel de intermediário entre as universidades e as empresas seria o Cestec (Centro de Serviços em Tecnologia e Inovação), iniciativa da Agência. "No Meccano, se as indústrias compram serviços de inovação tecnológica por meio dele pagam 40 euros (R$ 102) a hora para as universidades. Fora do centro tecnológico, desembolsam 80 euros (R$ 204). E 80% de toda a demanda da região de Marche paga mais barato."

O polo italiano completou 20 anos e teve investimento inicial - gastos com imóveis e equipamentos - de 3,5 milhões de euros (R$ 8,92 milhões) em Jedi e de 2,8 milhões de euros (R$ 7,1 milhões) em Fabriano, sendo 44% financiado pelo governo e 56% pelas empresas privadas. Hoje, eles têm mais de 1.000 pedidos por ano e faturam anualmente 3,3 milhões de euros (R$ 5,85 milhões).




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