Política Titulo
PMDB manobra para
forçar posto de vice
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/07/2011 | 07:27
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Os constantes adiamentos com relação ao posicionamento do PMDB em Santo André ostentam finalidade bem comum no meio político: barganhar poder. Segundo informações de bastidores, o diretório local possui carta branca para definir o lado de acordo com a conjuntura municipal, só que o suspense se mantém para forçar, se possível, a conquista do posto de vice-prefeito na chapa governista em 2012, encabeçada pelo prefeito Aidan Ravin (PTB).

A prática de criar dificuldade para encontrar facilidade é uma das estratégias a serem utilizadas pelos peemedebistas da cidade. Eventual mudança de campo político para se alinhar com PT continua sendo especulada para, supostamente, não minar força na negociação com o governo. O mais cotado dentro das fileiras do PMDB para pleitear a vaga, ocupada hoje por Dinah Zekcer (PTB), é o próprio secretário de Gabinete e Saúde da Prefeitura, Nilson Bonome.

Antes mesmo de iniciar o mandato, Aidan tem dado mostras de que visa contabilizar adesão do PMDB para reforçar a base de sustentação - que, na eleição de 2008, deu apoio à candidatura do antagonista Vanderlei Siraque (PT) à Prefeitura de Santo André. Prova disso é que tanto no primeiro biênio, com Sargento Juliano, quanto neste último de legislatura, com José de Araújo, os peemedebistas contaram com articulação do Paço para chegar ao comando do Legislativo.

O argumento para manter o acordo na condicional se dá em razão de o vice-presidente da República e dirigente nacional licenciado do PMDB, Michel Temer, ter determinado que o partido deve lançar candidato a prefeito ou a vice nas cidades com mais de 200 mil habitantes, caso de Santo André. Outro ponto levantado provém da união federal entre PMDB e PT. Nenhum interlocutor desmente a hipótese de possível recomendação de aliança com a legenda, que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como principal expoente.

Após recente visita a Temer em Brasília, Bonome disse que o líder peemedebista orientou cautela no que tange à decisão sobre sucessão municipal. Mesmo com indefinição, Bonome alegou, à época, que não houve frustração. "Só ficaria se tivesse tido alguma opinião que nós do PMDB não tivéssemos sido consultados", comentou.

Outro caminho sugerido curiosamente a Bonome seria a migração ao DEM, sigla que vive crise sem precedentes e está sem comando desde a saída de Raimundo Salles rumo ao PDT. Diante da musculatura conquistada dentro do PMDB, o cenário tem sido rechaçado por pessoas próximas. Aidan disse ontem que o ex-vereador Marcos Medeiros (DEM) era bom nome para presidir a executiva local. O prefeito ressaltou que fica lisonjeado com o fato de ter recebido poderes para promover a reestruturação do DEM. "Demonstra a confiança no trabalho."

Nos corredores da Câmara cogita-se que as siglas que giram na órbita aliada do Executivo apostam que entre Dinah Zekcer e Bonome, o grupo apoiaria a indicação do articulador do governo.

Bonome e o presidente do PMDB local, José de Araújo, não foram localizados para comentar o assunto.




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