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Venda de carro importado cai em abril
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/05/2010 | 07:00
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As vendas de veículos importados caíram em abril, frente a março, acompanhando em parte a queda do mercado automobilístico nacional. Enquanto os carros adquiridos do Exterior tiveram retração de 14% na comercialização, os produzidos no País registraram redução de 21%.

As marcas associadas à Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) somaram 7.497 unidades vendidas em abril, contra 8.716 no mês anterior.

Segundo o presidente da entidade, José Luiz Gandini, o fim do incentivo do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para carros flex no fim de março gerou impacto tanto na compra dos modelos produzidos no Brasil quanto nos trazidos de outros países.

Gandini explica que, embora não existam no mercado brasileiro, por enquanto, veículos flex importados, empresas importadoras haviam se beneficiado do estímulo tributário até dezembro (quando terminou a redução do tributo para carros apenas a gasolina) e vinham segurando preços e oferecendo descontos. Isso explica, segundo ele, a antecipação de compras por parte do consumidor nesse segmento.

ACUMULADO - Apesar da queda em abril em relação a março, o volume de veículos importados ainda é muito superior (195,6%) nos primeiros quatro meses do ano frente ao mesmo período de 2009.

No acumulado dos primeiros quatro meses, as 22 empresas filiadas da Abeiva totalizaram 26.708 emplacamentos, contra 9.034 no quadrimestre inicial do ano passado. "O mercado melhorou e o poder aquisitivo do brasileiro aumentou", explica Gandini, que cita ainda que o câmbio é fator importante para a expansão nas vendas. "O dólar (desvalorizado frente ao real) é formador do preço, ajuda a manter o carro importado competitivo", afirma.

PROJEÇÃO - A associação projeta que, para este ano, as importadoras chegarão à marca das 80 mil unidades vendidas. Com isso, devem ficar próximas da segunda melhor marca histórica, de 1994, quando o setor alcançou quase 78 mil unidades. O recorde foi em 1995, quando as filiadas à Abeiva importaram 119 mil veículos.

As perspectivas favoráveis para o segmento se devem não apenas ao cenário econômico mas também à atuação de marcas novas (como a chinesa Effa Motors) que estão ampliando a rede de distribuição no País e o volume de carros trazidos do Exterior.

No entanto, executivos do segmento explicam que há alguma demora para se ajustar ao mercado favorável. "Não é fácil mudar o planejamento da empresa lá fora, leva pelo menos quatro meses (entre a programação de produção e chegada do veículo)", afirma Gandini.

RETALIAÇÃO - Os temores de que aumentasse o imposto de importação do Brasil para veículos produzidos nos Estados Unidos (da alíquota de 35% para 50%), como retaliação por subsídios norte-americanos ao algodão, não existem mais, segundo o dirigente da Abeiva. Os governos dos dois países devem formalizar em breve acordo em relação ao item agrícola dos Estados Unidos.




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