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Ambientes coloridos melhoram produtividade de peixes
Do Diário do Grande ABC
17/11/1999 | 16:41
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A terapia de cores, utilizada de forma alternativa em pessoas, também tem efeito sobre os peixes. Conforme resultados parciais obtidos pelo biólogo Gilson Luiz Volpato, da Universidade Estadual Paulista, Unesp (http://www.ibb.unesp.br), um ambiente artificialmente colorido pode otimizar a desova induzida de fêmeas de matrinxa (Brycon cephalus) ou reduzir os índices de canibalismo entre larvas, logo após a eclosao dos ovos, aumentando a produtividade.

O matrinxa é a terceira espécie de peixe mais procurada por pescadores e freqüentadores assíduos de pesqueiros, logo após o dourado e o pintado. Os alevinos (filhotes) de matrinxa costumam ser vendidos a 300 ou 400 reais o milheiro, enquanto os peixes de espécies mais comuns custam apenas 100 reais. "Isso porque o índice médio de sobrevivência das larvas, logo após a eclosao dos ovos, é de apenas 0,8 a 8%, porque as lavras comem umas às outras", explica Volpato.

A simples utilizaçao de um filtro de cor azul nas incubadeiras de 200 litros reduziu o canibalismo pela metade, num experimento feito no ano passado. Em grupos iguais de 50 mil larvas, da mesma desova, Volpato conseguiu taxas de sobrevivência de 7% (sem o filtro azul) e 14% (com o filtro). "Uma explicaçao seria o fato do ambiente azul reduzir a agressividade e, portanto, o canibalismo", arrisca o pesquisador. "Outra possibilidade é a das larvas ficarem tao estressadas que nao têm energia para se comerem as outras". Volpato pretende repetir a pesquisa neste período de reproduçao, entre novembro e dezembro, para confirmar os resultados.

Ambientes verdes também serao testados para melhorar a induçao à desova. Normalmente as fêmeas recebem uma dose de hormônios, descansam algumas horas num tanques de mil litros, depois recebem uma segunda dose, descansam mais algumas horas e, em seguida, é feita a extrusao das ovas, que sao fecundadas externamente pelos espermatozóides do macho. Nos momentos em que as fêmeas descansam, após receber os hormônios, Volpato vai utilizar ambientes verdes, na expectativa de aumentar a produtividade.

A pesquisa da Unesp é financiada pela Fundaçao de Amparo à Pesquisa do estado de Sao Paulo, FAPESP e pela empresa Fish-Braz, de Botucatu, SP, que produz equipamentos e comercializa alevinos. O total investido em dois anos de pesquisa é de 9 mil reais. Mais informaçoes com Gilson Volpato pelo endereço eletrônico volpato@ibb.unesp.br ou do telefone (14) 8206251.




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