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Muçulmanos relembram massacre na Bósnia
Das Agências
11/07/2001 | 11:50
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Seis anos depois do drama, cinco mil muçulmanos da Bósnia que haviam fugido da cidade de Srebrenica, ocupada pelas forças sérvias, retornaram ao local nesta quarta-feira, para lembrar o massacre de sete mil pessoas.

Procedentes de diferentes regiões da Bósnia, 100 veículos chegaram em Potocari, a alguns quilômetros da cidade, onde será inaugurada a lápide funerária de um futuro cemitério, em memória do massacre.

A sobrevivente Jamzia Omerovic, originária de Bratunac, 20 quilômetros a Noroeste de Srebrenica, disse estar convencida de que um dia poderá retornar à cidade, no território da República Sérvia da Bósnia, perto da fronteira com a Sérvia. Outro sobrevivente questionou o retorno "enquanto os carrascos continuarem em liberdade".

Dois dos principais responsáveis pelo massacre, o ex-líder político dos servo-bósnios Radovan Karadzic e o ex-chefe das Forças Armadas Ratko Mladic, acusados de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a antiga Iugoslávia, continuam em liberdade e suspeita-se que estejam escondidos na República Sérvia.

Para evitar incidentes inter-raciais, foram adotadas medidas extraordinárias de segurança. Um total de 2.300 policiais foi mobilizado e a Força da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Bósnia (SFOR) ofereceu seus serviços, para garantir a segurança em Srebrenica.

As autoridades da Sérvia decidiram enviar à cerimônia uma delegação representando seu governo e parlamento. Ela acontece poucos dias depois do traslado a Haia do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade pelo TPI.

O sentimento antimuçulmano continua grande entre os servo-bósnios, como mostraram as violentas manifestações do início de maio em duas cidades da Bósnia, quando muçulmanos decidiram reconstruir mesquitas destruídas pelas forças sérvias durante a guerra.

O sexto aniversário do massacre em Srebrenica coincide com as pressões internacionais para que as autoridades da Sérvia prendam Karadzic e Mladic e o transfiram para Haia. O primeiro-ministro da Sérvia, Mladen Ivanic, anunciou sua intenção de cooperar com o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) e um projeto de lei neste sentido será submetido ao parlamento.

Quase diariamente, novos corpos, supostamente de vítimas de Srebrenica, são retirados dos ossuários descobertos nas proximidades da cidade.




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