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Cúpula Mundial afirma grande rentabilidade do turismo
Do Diário do Grande ABC
03/12/1999 | 17:51
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O turismo promete ser o primeiro setor econômico mundial nos primórdios do século que se aproxima, estimam os especialistas, mas terá que tentar controlar os efeitos negativos de seu crescimento, tais como a urbanizaçao em massa, a poluiçao ambiental e a "saturaçao" de viajantes.

A primeira "cúpula mundial do turismo", reunida em Chamonix desde esta quinta-feira, terminou nesta sexta-feira com uma declaraçao comum dos participantes na qual afirmaram que "a rentabilidade econômica" nao pode ser a única preocupaçao daqueles que administram o turismo.

Neste encontro, que contou com o apoio do ministério de Turismo francês, participaram 250 pessoas procedentes dos cinco continentes.

"O turismo deve levar em conta nao apenas a rentabilidade econômica, mas também as outras dimensoes do desenvolvimento durável: o meio ambiente, a defesa da ecologia, a coesao social e a autenticidade cultural", diz a declaraçao final.

Para Francesco Frangialli, secretário-geral da Organizaçao Mundial do Turismo (OMT), a questao pode se resumir em algumas cifras: em 1960 se contabilizaram 70 milhoes de turistas. Em 1998 foram 635 milhoes e em 2020 se calcula que serao 1,5 bilhao.

As receitas passaram de U$ 7 bilhoes em 1960 a U$ 2 trilhoes em 1998.

No entanto, a transformaçao do turismo individual e de aventuras, no começo do século, no atual turismo de massa nao deixou de ter inconvenientes.

Em Mallorca (Ilhas Baleares), por exemplo, os habitantes desesperados se manifestaram pela primeira vez este ano reclamando uma reduçao do número de turistas. Veneza (12 milhoes de visitantes anuais), Lourdes (6 milhoes), o Mont Saint-Michel (na França) ou Chamonix (120.000 visitantes diários na temporada de inverno) têm problemas para administrar o fluxo de turistas.

Alguns locais naturais muito sensíveis estao ameaçados por uma urbanizaçao anárquica ligada à frequência turística. Igualmente enormes construçoes tendem a se desenvolver nas rotas das migraçoes das pessoas em férias. O lixo se amontoa nas vias normais das mais altas cúpulas do mundo.

Os turistas também influem nas desastrosas modificaçoes da forma de vida, sem falar do turismo sexual, que a OMT e numerosos países tentam impedir. Os atores econômicos, segundo os analistas, terao que contar com a atual globalizaçao, que se traduzirá por uma grande concorrência entre os destinos.

As montanhas da China vao substituir, por exemplo, os Alpes como destino para os esportes de inverno.




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