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Bélgica: encontro de cultura e boemia
Da AJB
01/12/1999 | 17:40
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Contam que o general Charles de Gaulle (1890-1970) disse ser impossível governar uma naçao com mais de 360 variedades de queijos, como a França. O que ele teria dito, entao, de um país com dez províncias, mais de 300 tipos de cerveja, três línguas nativas, 10 milhoes de habitantes, uma cultura musical que vai do jazz ao samba, isso tudo em um dos menores territórios do continente europeu? Esse liquidificador histórico e cultural faz da Bélgica um lugar inesquecível para os que têm a oportunidade de conhecê-la.

O país já renasceu algumas vezes. Passou pelo domínio de espanhóis, austríacos, franceses, alemaes, assistiu à derrota de Napoleao (1769-1821) e quase foi arruinada na Revolta Burguesa, que, em 1830, resultou na sua independência.

A Bélgica é, assim, uma coleçao de museus e cidades históricas, algumas até de fundaçao anterior às invasoes romanas à Galia do Norte (como o país era conhecido nos tempos de César). Bruxelas, capital e sede da Uniao Européia, e Bruges sao mundialmente conhecidas, repletas de charme e arte. Nessas cidades também nao é difícil uma aproximaçao com os belgas, seja em francês, holandês, alemao - as três línguas oficiais - ou em inglês.

Em Bruxelas, centro econômico, político e cultural, a estrela é a Grand Place, considerada uma das praças mais bonitas do mundo. O Teatro Vivo, como é conhecido o local, reúne museus como o de Belas Artes, o Caillou, galerias de arte e a Catedral de Saint Michel.

Os que pensam que o programa tem sempre o frio como acompanhante podem se enganar. No verao, o local faz jus à sua fama e se transforma em um show a céu aberto de artistas remanescentes da art noveau, poetas e boêmios que ali têm desculpa para pedir até a 300ª saideira.

Considerada por gourmets uma das melhores cidades do mundo para comer, Bruxelas concentra uma infinidade de opçoes gastronômicas - dos típicos moules, ou mariscos no vapor acompanhados das famosas batatas belgas, aos chocolates de todas as cores, tamanhos e calorias.

A Bélgica ainda consegue ser o lugar mais fácil do mundo para tomar uma cerveja; e, paradoxalmente, o mais difícil, tamanha a variedade gerada pela briga de qualidade entre os bares, cada um com sua respectiva cerveja da casa. A inscriçao Telfde Gebod, comum nas paredes dos bares, tira o peso da consciência dos fregueses, ao criar o 11º mandamento: aproveitar a vida bebendo cerveja.

Com apenas 60 cm, o cartao-postal da capital belga é a Manekken Pis, estátua de um menino nu fazendo xixi (que tem uma similar no Rio de Janeiro, o Manequinho, trazido por imigrantes, símbolo da torcida do Botafogo). A estátua original é alusiva ao menino que, segundo uma lenda local, teria apagado, com xixi, o fogo decorrente de um bombardeio francês, no século XVII. Manekken é tao querido que possui até uma roupa para cada ocasiao.




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