Os velhinhos Uno e Santana, ambos lançados em 1984, porém, estão bem à frente do modelo da Ford em número de vendas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em março, o Uno Mille ocupou a terceira colocação entre os mais vendidos, com 8.618 unidades, ficando atrás apenas dos populares Gol e Palio. Este é o sexto ano consecutivo em que o antigo modelo da Fiat está entre os cinco mais vendidos do país. O Santana, por sua vez, no mês passado ocupou a 16ª colocação, com 2.280 unidades vendidas.
O fator economia é o responsável pela saúde desses modelos – o preço sugerido do Uno Mille é R$ 12.207 e o do Santana, R$ 24.782 –, mas não é só isso. Os veículos oferecem outros atrativos. “Além de ser um carro barato, o Uno é econômico, não obriga gastos com manutenção e, apesar do design antigo, ainda é atraente”, diz José Roberto Medeiros, gerente de vendas da concessionária Fiat Pirâmide, de São Bernardo.
Segundo Medeiros, o público consumidor do Uno, que se mantém firme com o posto de carro mais barato do país, é composto por jovens que adquirem o seu primeiro veículo e por pessoas que trabalham na rua. “Geralmente, esse consumidor necessita pagar uma prestação mensal baixa ou precisa de grande economia de combustível.” E o gerente vai mais longe: “Esse popular ainda terá vida longa. O Mille é o sucessor natural do Fusca.”
Alexandre Rodrigues, supervisor da revenda VW Savol, de Santo André, atribui o sucesso do Santana ao seu pacote de conforto e conveniência. “Entre os vários apelos, estão as duas opções de motorização (1.8 e 2.0), o espaço interno e do porta-malas, e, sem dúvida, o excelente preço”, afirma. “É um carro barato por tudo o que oferece”. O modelo conta com direção hidráulica de série.
Lançado como sucessor do Passat em 1981 na Alemanha, o Santana chegou ao Brasil três anos depois. Hoje, em sua terceira geração, ocupa lugar de destaque em vendas, estando à frente de veículos como Astra sedã, Marea e Scénic, no ranking da Anfavea. Em março, foram comercializadas somente 397 unidades a menos que o Vectra, o queridinho da General Motors, lançado no país dez anos depois do VW.
E para quem acredita que o sucesso de vendas do modelo da VW se dá exclusivamente por agradar aos taxistas e frotistas, Rodrigues dá um recado. “Esses são os profissionais que mais apreciam o Santana. A procura maior aqui na Savol, contudo, tem sido para uso particular.” Equipado com ar-condicionado e trio elétrico, o veículo custa R$ 28 mil. Embora o supervisor tenha passado o preço à reportagem do Diário, não havia nenhum Santana disponível no estoque. “É um carro muito procurado. Chegou, vendeu.”
O fato é que o VW agrada o consumidor, principalmente o mais conservador. Carlos Martins de Araújo, 45 anos, comerciante de São Bernardo, diz que só troca o seu Santana 97 por um mais novo. “Comprei esse carro há quatro anos e nunca tive qualquer problema de mecânica”, afirma. “Como não me incomodo com o desenho ultrapassado, só vou substituí-lo por outro igual.”
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