O certame conseguiu conceder à iniciativa privada 31 dos 25 lotes ofertados, ou 97% dos investimentos propostos, a uma taxa média de deságio em relação à receita máxima permitida de 36,5%. Rufino lembrou que no passado a Aneel, responsável pelos leilões de transmissão, chegou a registrar taxas similares, embora mais recentemente se observou "a ausência do investidor no nível que gostaria". Segundo ele, a diminuição do interesse decorreu da degradação do retorno, mas após a revisão feita, o processo permitiu a recuperação do interesse. Além disso, ele lembrou que o próprio interesse em investir no País também aumentou.
Em meio a este cenário, a Aneel já prepara os próximos certames. De acordo com o diretor da Aneel André Pepitone, já estão previstos mais três leilões. O próximo deve ocorrer no segundo semestre deste ano, com projetos que devem somar R$ 4,4 bilhões em investimentos.
Além disso, a agência espera poder releiloar os projetos em construção (greenfield) da Abengoa, que somam R$ 8,8 bilhões, o que, na expectativa da autarquia, é esperado para acontecer também no segundo semestre deste ano. Adicionalmente, a agência ainda aguarda uma sinalização da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre a realização de um certame no primeiro semestre de 2018, que deve ofertar empreendimentos que exigirão R$ 5,3 bilhões em investimentos.
Rufino salientou, porém, que no caso dos projetos hoje detidos pela Abengoa uma relicitação depende da reversão de uma decisão judicial. "Temos uma expectativa de reverter a decisão, retomar o processo de caducidade e revisar o leilão, mas não é uma questão só de vontade, depende de reverter uma decisão judicial", comentou.
Lotes vazios
Os lotes vazios, ou seja, que não receberam propostas no leilão nesta segunda-feira, devem voltar, possivelmente no próximo leilão, segundo indicou o diretor da Aneel José Jurhosa.
Ele lembrou que o lote 35, leiloado hoje, também já havia sido ofertado em outras três oportunidades e não havia sido concedido por falta de interessados, mas hoje recebeu cinco propostas válidas. "É um lote difícil, com problema fundiário sério, mas os empreendedores avaliaram bem e acredito que vão fazê-lo sem problema", comentou
Dos 4 lotes não leiloados nesta segunda-feira, dois (lotes 12 e 16) são linhas de transmissão de 230 quilovolts (kV) no Maranhão, projetos que, segundo os diretores da Aneel, serão revisitados.
Já o lote 17, pode ter tido a falta de interesse ocasionada por uma venda de ativo correlato em andamento. Segundo Pepitone, o lote é atrelado a um projeto que a Eletrosul está negociando com chinesa Shangai, numa transação sem conclusão. "Esse ambiente deve ter contribuído (com a falta de interessados)", disse.
Já no caso do lote 24, segundo Pepitone, dificuldades fundiárias e ambientais podem ter desestimulado o interesse.
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