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Transparência é tudo na democracia
Juliana de Sordi Gattone
Diário do Grande ABC
02/10/2008 | 09:03
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Algumas cenas são difíceis de esquecer. Principalmente, aquelas que representam um triunfo de um País inteiro. Assim foi com as vitórias da Seleção Brasileira em quatro Copas do Mundo, com a queda da ditadura, com a aprovação da Constituição Federal de 1988 e com a primeira eleição direta para presidente da República, no ano seguinte.

Depois de conquistar alguns avanços, dificilmente é aceitável o retrocesso. Essa regra é mais evidente quando pode representar o cerceamento da democracia.

Na última eleição municipal, em 2004, os eleitores, militantes e candidatos do Grande ABC tiveram a chance de acompanhar a apuração dos votos, como sempre fizeram na história das disputas regionais.

As imagens refletiam uma situação utópica, na qual torcidas adversárias - embora algumas tristes com a derrota - comemoravam juntas o direito de escolha.

Não foi a primeira vez, mas o simbolismo - marcado por anos de repressão e impedimentos - permanecia forte como se fosse algo inédito.

Em São Bernardo, maior colégio eleitoral do Grande ABC, o então candidato à reeleição,William Dib (PSB), esperou o resultado do pleito ao lado do petista Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.

Das arquibancadas do ginásio Adib Moysés Dib, os cidadãos podiam ver os funcionários dos cartórios retirando os extratos das urnas e conferindo-os ao lado dos fiscais indicados pelos partidos políticos. Em seguida, os dados sendo entregues ao juiz eleitoral, que os encaminhava aos funcionários do cartório responsáveis pela transmissão das informações ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Nas laterais, telões mostravam a contagem de votos para cada candidato a vereador e a prefeito. Um trâmite transparente, que dificilmente levantaria dúvidas sobre idoneidade.

As cenas, que há quatro anos se repetiram nas demais cidades da região, correm o risco de não serem acompanhadas neste domingo por todos os eleitores da região. Incluindo os de São Bernardo.

Juliana de Sordi Gattone é editora do Primeiro Caderno




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