Houve muita falação na época do lobby para as indicações ao prêmio. Cogitava-se incluir o cantor na categoria de melhor ator. O que, segundo o empresário de Eminem, Paul Rosenberg, não lhe interessava. “Ele não quer ser visto como uma estrela de cinema. O tapete vermelho não faz seu estilo”, disse. O que parecia mais uma jogada para consolidar a imagem de bad boy do rapper acabou se revelando coerente.
Eminem levou a estatueta pelo que sabe fazer – música – e, coisa rara de se ver, não compareceu à festa. E foi uma noite que se tornou histórica pelos protestos contra a invasão anglo-americana no Iraque.
Mais uma vez, o branquelo de Detroit mostrou que só entra em campo para ganhar. Quando estreou nos Estados Unidos, 8 Mile faturou US$ 54 milhões em apenas três dias, agora já é o campeão de vendas em DVD. Conta com o mega-produtor Brian Grazer (que ganhou o Oscar por Uma Mente Brilhante) e é dirigido por Curtis Hanson (de Los Angeles: Cidade Proibida). No elenco, Kim Basinger, ótima como a decadente mãe do personagem de Eminem e bons atores desconhecidos para garantir o clima de “gente como a gente”.
A história é previsível e se confunde com a vida do astro: rapper branco de Detroit tenta ser aceito na cena dominada por negros. Não tinha como dar errado. Sobre a “surpreendente” atuação de Eminem, apontada por alguns críticos, vale lembrar que ele é um bom rapper, um repentista de nossos tempos: tem domínio da palavra, das emoções e timing. Fazer papel de si mesmo não lhe custou nada e rendeu muito.
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