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Em Diadema, tucanos não conseguem adiar votação de projeto de lei do governo Mário Reali
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
01/04/2010 | 07:35
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Tiago Silva/DGABC


A bancada do PSDB de Diadema votou contrária ontem, em primeira discussão na Câmara, ao projeto de lei do governo Mário Reali (PT) que autoriza a doação de sete áreas públicas para a R3 Investimentos, gestora e incorporadora do projeto do Shopping da Moça, inaugurado em abril de 2009 na região central da cidade. A soma da transferência dos terrenos chega a R$ 1,2 milhão.

Mesmo com o não dos três vereadores tucanos, a propositura foi aprovada por 13 votos favoráveis - o prefeito tem maioria no Legislativo. Na próxima sessão de quinta-feira, o projeto volta para segunda discussão e aprovação.

A matéria em discussão faz parte da Operação Urbana Graciosa, que compreende conjunto de intervenções urbanísticas e de infraestrutura a serem executadas por empreendedores privados (neste caso, a R3 Investimento) e a Prefeitura.

Em setembro de 2004, na terceira administração de José de Filippi Júnior (PT), o então projeto de lei que instituiu a Operação Urbana Graciosa alterou o status de ocupação do solo e autorizou o Executivo a negociar áreas públicas no quarteirão localizado entre as ruas Graciosa, Padre Manoel da Nóbrega e Sebastiana Machado Teodoro - as vias ficam no entorno do primeiro shopping do município.

Entre as ações, a R3 se comprometeu a fazer a revitalização da Praça da Moça, situada próxima ao shopping e que foi entregue dia 15, bem como a sede da Secretaria da Defesa Social, que tem agregada a GCM (Guarda Civil Municipal) - inaugurada em novembro de 2008. Porém, o local abriga hoje apenas a corporação.

E foi exatamente esse fato questionado por Lauro Michels (PSDB), durante manifestação na tribuna. "A unidade administrativa da Defesa Civil foi construída na ocasião pela empresa no Parque dos Jesuítas, mas por que a Prefeitura ainda paga aluguel em outro imóvel para abrigar a secretaria", indagou o tucano. O espaço fica na Rua João de Almeida, ao lado da sede do PSB.

A Prefeitura não informou o valor do aluguel solicitado pela reportagem. A administração afirmou que "são estruturas distintas para garantir agilidade e qualidade dos serviços prestados à população."

Sobre o questionamento do tucano, o presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), disse que o vereador mudou o foco. "Se paga ou não aluguel, o vereador deve perguntar para o governo por meio de requerimento", afirmou, a fim de defender a aprovação do projeto.

Lauro apontou ainda outras dúvidas com relação ao projeto, motivo que o levou a pedir pelo adiamento da matéria. "O projeto de lei não traz informações básicas, como os nomes dos sócios, o CNPJ e a situação cadastral", apontou, sem sucesso, com o aval dos tucanos Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia, e José Francisco Dourado. O líder do governo, Laércio Soares, ignorou. "A empresa cumpriu o seu papel e a cessão das áreas foi feita por essa Casa. Por isso, não existe nenhum tipo de suspeita agora", afirmou.




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