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Ferramentaria da GM já se prepara para as demissões
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
25/02/2006 | 08:08
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Sem perspectivas de fechar um acordo com a General Motors, os funcionários da ferramentaria da montadora em São Caetano já esperam pela pior medida. Para a categoria, as demissões dos funcionários excedentes serão inevitáveis, depois do fracasso das negociações entre empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos local (filiado à Força Sindical), que tenta evitar os cortes. O problema acontece em razão da ociosidade motivada pela falta de contratos.

Sexta-feira, um dia após a última rodada de negociação, o clima na ferramentaria era de decepção devido ao encerramento, sem êxito, das conversações. Na avaliação dos empregados, as dispensas ocorrerão porque o PDV (Programa de Demissões Voluntárias) a ser reaberto no local e na produção não deverá atingir o objetivo. A expectativa é atrair 70 trabalhadores excedentes nesse plano, que recomeça no próximo dia 6 e se encerra no dia 9.

“Não temos mais nenhuma outra saída. Se a empresa oferecer o pacote do PDV, muitos funcionários deverão agora aceitar esse desligamento”, lamentou um funcionário que pediu para não ser identificado. O PDV oferecerá de três a nove salários que variam de acordo com o tempo de serviço e assistência médica de dois meses. Em caso de aposentados, o período do plano de saúde sobe para dois anos.

Já o sindicato ainda avalia como irá agir para tentar reverter essa situação. “Ainda não sei o que farei”, destacou o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. Nenhuma assembléia com os trabalhadores está marcada para os próximos dias.

Sem revelar detalhes, o sindicalista adiantou que estuda algumas alternativas num último esforço de evitar as demissões. No entanto, evitou falar em greves ou manifestações. O Diário apurou que o sindicato só definirá algumas estratégias após o desfecho do PDV.

Oposição – Depois do resultado da última negociação, o grupo de oposição ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) voltou a criticar a ação do sindicato. O vice-presidente da Cipa (Comissão Interna de Prevenção contra Acidentes), João Sipriano, o Magrão, a entidade só deu tempo para a empresa ao apenas negociar.

“O problema não foi resolvido, mesmo o sindicato sabendo que a decisão da GM era irreversível. Agora fica difícil reverter esse quadro”, analisou Magrão, que também é diretor da FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT). Desde o início, a oposição defendia uma paralisação.




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