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Ataques contra igrejas egípcias matam um e ferem 12
Da AFP
14/04/2006 | 14:51
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Uma pessoa morreu e 12 ficaram feridas nesta sexta-feira em ataques simultâneos a três igrejas coptas em Alexandria (norte do Egito) cometidos por vários indivíduos, aparentemente islâmicos, que estavam armados com facas e acabaram detidos.

Estes são os primeiros ataques do tipo contra os coptos, um facção dos cristãos do Egito, desde a onda de violência islâmica dos anos 90. Dois indivíduos, armados com machados, atacaram quase simultaneamente, por volta das 3h30 (horário de Brasília), três igrejas em três bairros diferentes da cidade e apunhalaram fiéis coptos antes de fugir, informou uma fonte policial.

Um dos fiéis, Noshi Atta Guirguis, morreu em virtude dos ferimentos, após ser hospitalizado. Ele foi atacado na igreja de Quidissin, em Sidi Bichr, Zona Leste de Alexandria, onde pelo menos outras duas pessoas foram feridas.

Em seguida, a polícia deteve o agressor, Mohamed Salah Eddin, 25 anos. Eddin tem problemas mentais. Antes do ataque, Eddin havia entrado na igreja Mar-Guirguis, no bairro de Hadara (leste), onde apunhalou quatro pessoas depois de gritar "Alá é o maior", relataram dois empregados do local. "Nós o atacamos com paus e ele fugiu para o sótão da igreja", afirmaram.

Quase ao mesmo tempo, um segundo agressor armado com facas entrou na igreja de Al Aadra, no bairro de Abu Kir, feriu uma pessoa e foi detido, segundo as fontes. Um terceiro homem tentou atacar uma quarta igreja no bairro de Sporting (leste), mais foi contido e entregue às forças de segurança, segundo a fonte.

Os coptos do Egito assistem à missa semanal habitualmente na sexta-feira pela manhã. O Egito sofreu nos últimos tempos vários incidentes de caráter religioso, e no país as relações entre os muçulmanos e os coptos são tensas.

Os coptos, que representam 10% dos 73 milhões de egípcios, segundo sua igreja, e 6% segundo as autoridades, sofreram três mortes em enfrentamentos com muçulmanos na mesma cidade de Alexandria em outubro de 2005. Nos anos 90, cerca de cem coptos foram mortos em atos de violência islâmica no Egito.

Após os atos desta sexta-feira, centenas de fiéis se reuniram diante das igrejas atacadas e alguns deles criticaram a passividade do governo e das forças de segurança. "Isso se repete todos os dias", queixava-se um homem. 




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