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Utilitários esportivos em constante ascensão
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/03/2010 | 07:00
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Pequeno, mas lucrativo e em constante crescimento. Assim pode ser definido o mercado dos SUVs (veículos utilitários esportivos, na sigla em inglês) no Brasil - País que, há muitas décadas, cultiva nicho para os chamados jipões de luxo.

Por isso mesmo, ninguém quer ficar fora dele - quase todas as marcas têm exemplares para oferecer, inclusive montadoras locais que completam sua grade com importados. Com média de 1.000 unidades por mês, o Chevrolet Captiva é um dos grandes sucessos.

O segmento acompanhou o crescimento do mercado nacional - representa 6% das vendas - e atualmente é o que mais conta com produtos importados. São 50 modelos, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Os preços variam de R$ 50 mil (se considerado o nacional Ford EcoSport) a mais de R$ 600 mil - versão turbo S V8 do Porsche Cayenne.

De acordo com o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), os utilitários esportivos venderam, em 2009, 190 mil unidades - cerca de 40% desse volume é representado pelo EcoSport e pelo Hunday Tucson, que neste ano passa a ter versão nacional.

Em relação a 2008, o crescimento do segmento foi de 8%. A alta pode refletir acomodação, já que em 2008 (ante 2007) as vendas registraram elevação de 34% - passaram de 139 mil para 175 mil. Em 2006, o mercado era de 101 mil unidades.

De acordo com Garbossa, o aumento de vendas de importados de luxo depende de condicionantes favoráveis, como o dólar baixo, confiança do consumidor e perspectiva de crescimento econômico. "Superquipados, são caros e sofrem forte desvalorização."

Desde os antigos Land Rover, da década de 1950, os utilitários esportivos são importados para o Brasil com alto nível de equipamentos para atender a pequena parcela da população que pode pagar por veículos de alta tecnologia, cujos preços podem ser até três vezes maiores em relação ao praticado em mercados de países desenvolvidos devido à pesada carga tributária brasileira.

Com a abertura do mercado no início dos anos 1990, o País passou a receber nova geração de SUVs, como o Jeep Cherokee e o Nissan Pathfinder. O segmento sofreu com as crises econômicas enfrentadas nos anos seguintes, mas voltou a respirar a partir de 2003, quando o mercado nacional decolou e, desde então, dobrou de tamanho.

Há sete anos, a Ford saciou a vontade do público de ter utilitário esportivo nacional, ainda que o EcoSport não oferecesse a tecnologia e o requinte de um verdadeiro SUV.

"O mercado de utilitários esportivos está em crescimento e em constante transformação", afirma Leandro Radomile, diretor comercial da Audi. Ao lançar no Brasil o Q7 e o Q5, a marca percebeu que os SUVs começavam a tomar espaço dos grandes sedãs de luxo.

Segundo Radomile, agora os utilitários começam a incomodar o espaço dos médios, com a chegada de exemplares como Volvo XC60, BMW X3 e X1 e Audi Q5.

"Não é só no Brasil que os utilitários crescem e tiram vendas de outros segmentos", diz o diretor de marketing da GM, Gustavo Colossi. "Por seu nível técnico e conforto, conquista novos consumidores em todo o mundo."

Com a crise das montadoras norte-americanas, os SUVs passaram a ter a existência questionada. Grandes e beberrões, foram taxados de insustentáveis. Mas agora o segmento entra na era de motores menores e mais eficientes. Na Audi, por exemplo, a versão V8 do Q7 perde espaço para o seis cilindros.




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